Em 2019, sargento brasileiro foi preso com cocaína em voo da corporação, na Espanha
BRASÍLIA – A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira, uma operação para investigar uma associação criminosa que, segundo as investigações, usou aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para traficar drogas para a Espanha. As apurações, coordenadas no âmbito da Operação Quinta Coluna, também apuram um esquema de lavagem de dinheiro.
Ao todo, estão sendo cumpridos 15 mandados de busca e apreensão e dois mandados que restringem a comunicação dos investigados. Os alvos também foram impedidos de deixar o Distrito Federal, por determinação judicial.
As investigações apontam “diversas estratégias do grupo criminoso” para ocultar os bens obtidos por meio do tráfico de drogas, “especialmente a aquisição de veículos e imóveis com pagamentos de altos valores em espécie”, disse a PF.
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A PF ainda não divulgou a identidade dos envolvidos. Segundo o G1, durante a operação, os agentes apreenderam drogas na casa de um dos suspeitos. As penas previstas para os crimes de associação para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro vão de 3 a 10 anos de prisão.
A Justiça Federal de Brasília ainda determinou o sequestro de imóveis e de veículos dos suspeitos de integrar o esquema criminoso. Militares da FAB também participam do cumprimento das medidas.
Em junho de 2019, o segundo-sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues, de 38 anos, foi preso no aeroporto em Sevilha por portar 39 quilos de cocaína em sua bagagem, traficada dentro de um avião da FAB a serviço de uma missão presidencial – a viagem do presidente Jair Bolsonaro para o Japão, onde participa das reuniões do G-20, o grupo dos 20 países mais ricos do mundo.
O avião dava suporte à missão presidencial, e fazia uma escala na Espanha. Rodrigues atuava como comissário de bordo em voos oficiais da Aeronáutica. Como segundo-sargento, ele recebia um salário bruto de R$ 7,2 mil.
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No ano passado, o militar foi condenado por uma tribunal de Sevilha. Inicialmente, a pena pedida pelo Ministério Público era de oito anos de prisão, além de uma multa de quatro milhões de euros.
Mas, em acordo com a promotoria espanhola, aceitou uma sentença de seis anos e um dia de prisão, além de uma multa de dois milhões de euros (cerca de R$ 9,5 milhões). Na oportunidade, ele confessou o crime e afirmou estar “profundamente arrependido”.
O Globo Brasil