"Pelos índices alarmantes das taxas de homicídios no Estado, do avanço do crime organizado no Estado da Bahia, pela inércia de atuação combate ao crime que se espalhou pelo Estado e se nada for feito, num momento não muito distante, o poder público terá perdido o controle total da segurança", diz a nota do partido que é de esquerda e aliado do PT a nível nacional
Apesar de ter se aproximado do PT no segundo turno das eleições em Camaçari, em apoio ao prefeito eleito Luiz Caetano, a direção do PSOL na Bahia fez duras críticas ao governador Jerônimo Rodrigues (PT) na área da segurança pública.
Uma nota aprovada nesta sexta-feira (29) pela Executiva Estadual da legenda chega a pedir a exoneração do comandante geral da Polícia Militar, coronel Paulo Coutinho.
“Exigimos a exoneração do Comandante da Polícia militar do Estado da Bahia. Comandante esse responsável direto pela atuação da força policial no Estado, pelos índices alarmantes das taxas de homicídios no Estado, do avanço do crime organizado no Estado da Bahia, pela inércia de atuação combate ao crime que se espalhou pelo Estado e se nada for feito, num momento não muito distante, o poder público terá perdido o controle total da segurança. Comandante esse que, mesmo sob a política de um mesmo grupo político, conseguiu apresentar dados piores do que o comandante anterior”, diz trecho da mensagem.
“Temos um comando da Polícia Militar que permanece atuando por suas articulações políticas e pelo uso excessivo da força policial pra combater o povo pobre, preto, e não o crime organizado. Um comando da Polícia Civil que se resume a inaugurações de unidades policiais e operações pirotécnicas. As cúpulas das instituições policiais usando os mesmos métodos nos últimos 18 anos: Porrada, bomba e bala!”, diz a nota.
O partido enfatiza que a política de segurança tem se limitado ao enfrentamento, se reduzindo a uma lógica perversa e pouco eficaz. O resultado é um estado onde a polícia é a que mais mata, de acordo com dados mais recentes do Atlas da Violência, e onde mais morre jovens assassinados.
“Além disso, a política de segurança ignora os direitos humanos fundamentais, como o direito à vida, à liberdade e à dignidade. A violência policial é uma constante, com casos de execuções, tortura e abusos contra os cidadãos. A impunidade é a regra, e a justiça, apenas para os ricos e poderosos.
Caso esta política não seja alterada, alerta o partido, o Estado caminha para o descontrole total da segurança na Bahia.
“É preciso reagir e agir, para não lamentarmos depois e nem deixarmos para efetuarmos mudanças num logo processo eleitoral um pouco mais adiante”, diz a nota, que cobra ainda a desmilitarização das escolas como passo importante para garantia do Estado Democrático de Direito sem a perspectiva autoritária e violenta”, acrescenta o documento.
O PSOL defende que a segurança pública na Bahia deve passar por uma transformação profunda, começando pela reforma do sistema prisional, com foco na ressocialização em vez da punição, e pela garantia dos direitos humanos, especialmente para os mais vulneráveis.
Além disso, é imprescindível implementar um novo modelo de formação para os profissionais da segurança, orientado por princípios de cidadania e respeito aos direitos humanos. Para combater o crime organizado de maneira eficiente, o partido propõe investimentos robustos em inteligência policial e a priorização de investigações qualificadas, integrando tecnologia e estratégias que atendam às reais demandas da população.
Portal Política Livre