IBGE diz que Aiquara, Barra do Rocha, Dário Meira, Ubatã e Itagibá tem, em 2023, população menor do que a de 1970

Ipiaú, como cidade polo, é a de maior população, mas perdeu quase 5 mil habitantes, entre 1991 e 2022 . Aiquara despencou de 6.978 habitantes (Censo 1970), para 4.446 (Censo 2022)

Números conservadores. Em 1º de agosto de 2022, o Brasil tinha 203.062.512 habitantes. Desde 2010, quando foi realizado o Censo Demográfico anterior, a população do país cresceu 6,5%, ou 12.306.713 pessoas a mais. Isso resulta em uma taxa de crescimento anual de 0,52%, a menor já observada desde o início da série histórica iniciada em 1872, ano da primeira operação censitária do país.

Os dados são dos primeiros resultados do Censo Demográfico de 2022, divulgados ontem (28) pelo IBGE.

Conservadores porque nada mudou do ponto de vista da distribuição populacional sobre o território Brasileiro.

A região Sudeste continua sendo, com folga, a região mais populosa do país, atingindo, em 2022, 84,8 milhões de habitantes. Esse contingente representava 41,8% da população brasileira. Já o Nordeste, onde vivem 54,6 milhões de pessoas, responde por 26,9% dos habitantes do país.

As duas regiões foram as que tiveram a menor taxa de crescimento anual desde o Censo 2010: enquanto a população do Nordeste registrou uma taxa crescimento anual de 0,24%, a do Sudeste foi de 0,45%.

Mas o sudeste tem apenas quatro estados, para nove estados do nordeste. Somando-se os três estados do sul com os quatro do sudeste, eles abrigam 56,22% da população brasileira. Sendo Sul e Sudeste as duas menores regiões em extensão territorial.

Um dado que reflete as graves desigualdades econômicas regionais no país, um problema histórico.

Portanto, em sete estados do Brasil está mais da metade da população do Brasil, que reúne 27 estados. Um dado que reflete as graves desigualdades econômicas regionais no país, um problema histórico.

O quadro consegue ser ainda mais grave na região sul cacaueira, considerando a evolução histórica dos números populacionais, recuando ao Censo do IBGE de 1970.

Censo: 1970, 1980, 1991, 2000, 2010 e 2022 – Região
Os municípios de Aiquara, Barra do Rocha, Dário Meira, Ubatã e Itagibá tem uma população, em 2023 – considerando o Censo de 2022 do IBGE – menor do que a de 1970, contrastando com realidade nacional e regional.

No caso de Aiquara, uma queda livre populacional: recuou de 6.978 habitantes em 1970 – para 4.446 em 2022. Barra do Rocha também impressiona, declinou de 8.132 habitantes para 5.774 em 2022.

No geral, todos os municípios selecionados para essa análise, que estão na circunvizinhança de Ipiaú, cidade polo, caíram ou se estabilizaram a partir do Censo de 1991.

Diferente da realidade da Bahia, que quase duplicou sua população no mesmo período. E do Brasil, que cresceu mais que o dobro. Uma amostra inequívoca de que os problemas econômicos desta banda regional são ainda mais graves .

A população se evade em busca de oportunidades, porque não encontra alternativas de sobrevivência em cidades cada vez mais dependentes da Prefeitura e incapazes de produzir alternativas de renda e emprego.

Ipiaú, como cidade polo, é a de maior população e o mais patente exemplo da estagnação, perdeu quase 5 mil habitantes, entre 1991 e 2022.

Estagnação econômica, não há outra explicação. Ou dependência e falta de identidade econômica, que ganhou corpo e progride desde a derrocada da monocultura cacaueira, que segue estacionada em discursos, conferências e debates, mas nada de efetivo já se fez pela sua recuperação.

Mais um sinal de alerta foi emitido. Agora, pelos gritantes números do IBGE.

Acesse os principais resultados, gráficos e mapas no hotsite Panorama do Censo 2022.

2D com informações
do IBGE