“Nós lutamos contra esse abate cruel, esse abate sem precedentes na história dos jumentos. É iminente essa extinção”, diz Gislane Brandão
A coordenadora-geral da Frente Nacional de Defesa dos Jumentos (FNDJ), Gislane Brandão, disse que, se permanecer a matança de jumentos, haverá uma extinção deste animal em até dois anos. A declaração foi feita durante entrevista para o Jornal da Cidade nesta terça-feira (17).
Ao ser questionada acerca da diminuição de jumentos, ela apontou dados de que em 2006 o número da espécie era de 655, quantitativo que caiu quase à metade até o ano de 2017.
“Nós lutamos contra esse abate cruel, esse abate sem precedentes na história dos jumentos. É iminente essa extinção. Inclusive, pessoas do interior que viam esses jumentos não encontram mais eles, porque há uma caça dos jumentos. Não tem cadeia produtiva dos jumentos, ou seja, é uma atividade extrativista”, declarou.
Gislane Brandão ainda contou que um entrave jurídico gerado pela União permite que a matança de jumentos continue no país.
“A gente conseguiu uma liminar [decisão provisória] que durou quase um ano sem o abate. Essa liminar, concedida pela Justiça Federal da Bahia, sofreu dois SLATs [uma medida jurídica de suspensão]. A última decisão do mesmo Tribunal Federal 1ª [Região] é que o abate tem que continuar suspenso. Se a gente perguntar qual é a posição da Justiça hoje, lendo todo o processo, é que o abate deve ser suspenso”, explicou.
Na Bahia, o abate de jumentos pode aumentar para abastecimento de mercado de remédios na China. O prefeito de Amargosa, Júlio Pinheiro (PT), anunciou na última semana a assinatura de um protocolo de intenções para ampliar a medida.
Confira a entrevista na íntegra: