Quarta-feira, Dezembro 18, 2024
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“Que tal Ipiaú se tornar um importante polo fruticultor industrial, voltado à exportação para todo o Brasil? Quer experimentar?”, sugere Elson Andrade

"Os polos fruticultores geralmente têm grande importância para a economia local, regional e até nacional", explica o arquiteto e urbanista em artigo para 2D

Polo fruticultor industrial, que bicho é esse?

Elson Andrade é arquiteto, urbanista, empresário e pós-graduado pelo Instituto de Economia da Unicamp

Trata-se duma concentração microrregional característica, que reúne no mínimo duas fases da cadeia de abastecimento de derivados de frutas – denominado Polo Fruticultor Industrial – propriamente dito. É pois, uma região geográfica, AGROINDUSTRIAL, que se destaca no plantio, processamento industrial e  distribuição comercial de frutas, polpa, geleias, sucos… Num formato dinâmico, estruturado, coletivo e moderno.

Um verdadeiro seleiro de conhecimento e boas práticas aglutinativas das muitas partes funcionais complementares e interdependentes.

O importante é haver uma equação sadia e inteligente: Ambiental, humana, econômico e financeiramente sustentáveis!

Geralmente, um polo desta monta é viável em regiões onde se concentram um grande número de produtores rurais e predominantemente cooperados. Com alto grau de associativismo, inteligência coletiva e compliance.

Juntos de forma empresarial agressiva, cultivam, industrializam e comercializam um seleto cardápio de frutas, em larga escala e com alta produtividade, assistência técnica de primeiro mundo, socialização e rateio dos custos de produção.

Desenvolvem métodos, técnica e treinamentos com muuuita, muita dedicação e comprometimento. Situação a qual Ipiaú jamais experimentou com tamanha interação, dedicação, inteligência coletiva, grau de interação mútua, persistência, tenacidade e resiliência objetiva.

Os polos fruticultores geralmente têm grande importância para a economia local, regional e até nacional, uma vez que a produção de frutas é uma atividade econômica bastante relevante para o país. Não apenas sob o ponto de vista econômico, mas também pelo viés da saúde, dado se tratar de uma excelente alternativa em substituição às “adversárias” indústrias: do refigereco e do chocolate-fake, cada vez mais insanos.

Além disso, a produção de frutas em polos fruticultores característicos também acaba sendo um importante polo gerador de empregos e renda para muitas famílias de média escolaridade, dado a intensa demandada de mão de obra agrícola, industrial e logística.

No Brasil, existem diversos tipos de polos fruticultores em operação pelo país a fora. Cada um com suas particularidades, devido a diversidade de clima, solo, pragas, cultura econômico-política dos empresários e tipos de frutas produzidas, nas diversas regiões características.

Um bom exemplo de polo fruticultor é o da região do Vale do São Francisco, no Nordeste, entre Juazeiro e Petrolina. São grandes produtores de uvas, mangas e outras tantas frutas tropicais. Na região Sul do país tem um conhecido polo de produção de maçãs, uvas e outras frutas de clima temperado.

É certo já sair plantando qualquer tipo de fruta – a que você mais gosta ou aquela que já tenha na sua propriedade – por exemplo?

Não. Não e não!
Aqui reside um grande imbróglio funcional básico, da lei econômico-natural da Oferta versus a Demanda.

Produzir sem ter mercado externo para onde escoar o excesso de produção é um ERRO CRASSO!

Do contrário, quanto mais se produz, mais se derruba o preço localmente. É mister, se ter o bom ladrão-extravasor [ladrão da caixa d´água]. Este foi o desentrave “mágico” descoberto e implantado pelos gaúchos na produção de bananas em Bom Jesus da Lapa-BA.

Uma vez implantado esse modus operandi, eles se tornaram um dos maiores players do mundo neste segmento. Milagre, mágica, esperteza ou boa visão-compreensão das condições econômico-financeira reais dos mercados?

Lembrando que quem gera a força para mover o seu liquidificador, é pois, a tensão-atração verificada instantaneamente, entre o polo negativo e o positivo, motivacional da dinâmica da corrente elétrica.

Um Polo Fruticultor Industrial competitivo, moderno propriamente dito, é a equação da soma de forças, interesses e resultados momentâneos, aparentemente contraditórios. Porém, aglutinados, relacionados e direcionados sabidamente, pela experiência.

É, por fim, a arte comercial técnica (agrícola, industrial, logística e comercial), perspicácia, visão e capacidade de resolução de conflitos e problemas intrínsecos de marketing e da boa gestão do negócio corporativo, associativo, de viés propositivista; onde e quando se enfrentam, e, se consubstanciam a junção-“oposição” das forças, expressões de diversos agentes, e interesses estrategicamente posicionados naquele mercado, com produtos, serviços e preços, de forma complementar, medida, organizada.

Todo esse lembrete para não vir a se repetir o que aconteceu com a cacauicultura, setor dominado pela indústria moageira de chocolate-fake, internacional, instalada na região, proveniente da expressão das mais sagazes jogadelas e seus controladores globais por trás.

Quem não souber brincar (seja ganhando ou perdendo) que não desça para o playground até aprender!

Seria necessário abandonar a secular cacauicultura implantada e começar tudo do zero?

Não, absolutamente!
O território de Ipiaú, apesar de ser um dos menores remanescentes, é fruto do extremismo ganancioso da repartição desenfreada do território em diversos outros minúsculos municípios, insustentáveis economicamente.

Tal qual o que ocorreu de forma abusiva, inclusive em nossa microrregião, no afã dos políticos, a se lograrem mais e mais transferências financeiras orçamentárias, advindas do governo federal, via FPM (Fundo de Participação dos Municípios).

Ainda assim, o território de Ipiaú restou 28.045 hectares, dos quais, apenas 5.310 hectares (segundo IBGE) estão ocupadas com lavouras permanentes (maciçamente cacau), o que representa apenas 1/5 do todo.

Produção própria: Fonte IBGE 2021

Mas por que mudar de modelo econômico e de “base-mentalidade agrícola cacaueira”?

Com o exagerado fatiamento político-administrativo-orçamentário do território de Ipiaú, a cidade acabou ficando com uma das menores áreas remanescentes, (Itagibá por exemplo, tem um território cerca de 3 vezes maior que Ipiaú).

Visivelmente insustentável, pelo ponto de vista da arrecadação própria, sustentabilidade econômica-administrativa e, consequentemente, financeira, com elevado nível de dependência de transferências orçamentárias advindas do governo federal, via FPM.

Sem emprego e renda e, portanto, sem apoio na produção local e economia real, a população também acabou se apoiando por demais no INSS, BPC, Bolsa Família, Vale Gás… Tendo que se valer de bicos e tantos outros programas sociais governamentais, negócios clandestinos…

Sem falar das eventuais e eleitoreiras doações de obras e serviços: estadual e federal, do tipo presente de grego.  Muitas vezes dá vontade de mandar esse políticos-Halley enfiarem suas obras-bugigangas-fake “chino-paraguaio” naquele lugar.

Produção própria: Fonte IBGE 2021

Qual a oportunidade-fundamento então?

Com a luz amarela acesa sobre a indústria insalubre – dos refrigerecos e chocolates-fake, altamente açucarado, recheado de gordura hidrogenada, wafer, ar incorporado, gosto e cheiro artificial de cacau, importação de amêndoas de cacau africano – é chegada a hora da virada de página econômico e social da velha e original matriz produtiva exploradora-extrativista da nossa região.

Com o PIB de Ipiaú já chegando ao patamar dos R$ 600 milhões por ano, alto índice de concentração da riqueza local na classe política exógena, e, a cacauicultura performando míseros R$ 20 milhões por ano, para ainda ser dividido por cerca de 940 propriedades rurais, e menos de 200 carteiras de trabalho oficialmente assinadas nesta lavoura, tudo beira ao estrangulamento e risco sistêmico colapsivo da economia-rural cacaueira extrativista, até então praticada em plena luz do dia.

Se tirarmos o arrimo econômico-financeiro do INSS, BPC, FMP, FUNDEB, Bolsa Família… Ipiaú, sob o ponto de vista orçamentário e da renda real das famílias; nossa economia retornaria ao patamar do início de século XX. Tribal. Sim, tribal.

Não. Não corra não leitor apaixonado, tapeado pela narrativa-homilia contratada ainda reinante na cidade, desta paróquia e jurisdição. Fique aqui! Temos muitas contas ainda para fazer – Vá beber uma água e volte!

A arrecadação tributária própria da prefeitura de Ipiaú, tem sido gasta apenas com o custeio do sistema de coleta de lixo e com a Câmara de Vereadores. Só a rubrica educação tem alocado, a ser consumido, R$ 68 milhões/ano (2023) e gastos com festas populares, da ordem de uma dezena de outros tantos milhões. Lembrando Mário de Andrade: “Muita saúva e pouca saúde”! Pão-velho e Circo.

A economia de Ipiaú precisa urgentemente voltar a produzir algo não apenas para gerar ocupação mental sadia à sociedade, mas também para equilibrar a deficitária Balança Comercial local. Não é sustentável econômico, e, moralmente, o estado de dependências que estamos vivendo.

Um verdadeiro caso de reboque financeiro-orçamentário disfarçado de cidade. A nossa economia está andando literalmente arrastada financeiramente pelo governo federal. Prefeitura e sociedade. Embora muitos políticos insistam em pregar a narrativa, ao dizerem que o governo do estado, é o grande protagonista doador duma enxurrada de obras públicas as quais estão mais com caraterísticas, econômico-financeira e temporalmente, proteladas em arrastos infindáveis, e, muitos empreiteiros quebrando… Tudo corre como sendo tipicamente as obras da reforma da igreja de Taperoá, lá dos contos de Ariano Suassuna.

Ou partimos para cima, ou vamos esperar os gaúchos, japoneses ou chineses chegarem, na condição de novos donos empreendedores dessa terra, tornando-nos empregados deles, tal qual em Bom Jesus da Lapa, Barreiras e Luís Eduardo Magalhães?

Justificativa dada e constatada, qual o projeto e propósito enfim desta Fruticultura Industrial?

A ideia é UTILIZAR INICIALMENTE apenas, 6.000 hectares (21% do nosso território) para o plantio de Maracujá [por exemplo], fruta que tem ganhado valor na forma de polpa congelada, e é razoavelmente de fácil aceitação no mercado nacional. Produz-se rápido, e não ocupa tanto terreno na fazenda.

Trata-se duma cultura que Ipiaú já tem uma certa ideia de manejo, embora sua capacidade técnica e performance ainda estão muito aquém da necessária, para se viabilizar em larga escala, operação, comercialização, custos (diretos e indiretos) e logísticos.

Um passo importante é, sem dúvida, passarmos a gestão dos recursos orçamentários anuais, federais, da Ceplac, para o domínio, controle, gestão e contraprestação da Embrapa, vez que, estes (recursos orçamentários da “Ceplac”), tem sido gasto, predominantemente, administrativamente (custos indiretos) em Brasília.

O pouquíssimo que chega sequer fazem cócegas aqui nas entranhas do sul da Bahia. É melhor deixar para quem queira e ainda tenha tesão-moral técnico-empreendedora, o execute de forma ágil, prática e assertiva Não apenas vitrine-depósito de aposentados de altos salários e pompa dum passado inglório.

Produção própria: Fonte IBGE 2016

Mas de onde virão os recursos?

Tá aí um problema que provavelmente não será difícil de ser equacionado. Pois a cidade tem poupança depositada nos bancos, em volume, capaz de algo muito mais audacioso. Só o saldo que temos na CEF, se desse uma volta na praça a noite, quando voltasse para casa pela manhã, já teríamos 10 novos prédios do Santa Paula: prontos, entregues, em pleno uso e prática real de desenvolvimento local.

Foto reprodução: Dronee Ipiaú Bruno Som

Gestão do crédito, no entanto – que carece de muita responsabilidade, honestidade, estudo de viabilidade, compliance e transparência com os recursos alheios – não será fácil superar a ideologia-parasitária e nível de godelagem costumeiro, além da insistente inércia de alguns. Muitos. Está parte, vamos deixar para que o próprio leitor sério, racional e isento a quantifique…

Para muitas outras cidades, uma das barreiras de entrada mais difíceis, neste mercado modelo, (fruticultura industrial) é justamente superar a questão do volume de recursos e tecnologia, para viabilizar o parque fabril industrial, local, capaz de processar as frutas, refrigerar, armazenar, distribuir e ter penetração nos grandes centros urbanos do país, para bem nos firmar no mercado, com bons preços, frequência, qualidade e consequentemente, boa margem.

E por incrível que pareça, é justamente o recurso “abundante” disponível que temos em Ipiaú. [Parque Fabril já Instalado] e mais que isso, com domínio técnico para sua expansão e escalonamento futuro, a ser reproduzido no novo distrito industrial de Ipiaú (que se a população não for otária, vai impedir que deputadozinho forasteiro-garganteiro, venha distribuir benesses aos seus parceiros e comparsas).

Reprodução: site: eismeaqui.com.br/teologia-sob-medida/autoengano/

O leitor que não é daqui e não conhece esta realidade, há de ficar estarrecido com tamanha estupidez flagrante, até então praticada, inexplicavelmente a plena luz do dia. Fica a velada pergunta: – Como a POLItica cotidiana, pode enfim, se transformar em poliTITICA, e, tomar a visão, rédeas, moral, autoestima e até a dignidade daqueles pseudos jornalistas, radialistas, repórteres, historiadores, vereadores, tiazinha do Zap… que se sobrejulgam em prática de autoengano-enganador oportunista de plantão-comercial?

Gráfico produção própria, base relatório BCB.

Dinheiro financeiro escritural nos bancos, “temos”. Resta saber se há de fato coragem, garra, conhecimento, inteligência coletiva, tecnologia, resiliência, gestão, visão comercial, humana-socioeconômica e ampla capacitação das partes e dos parceiros; além da fundamental Ação inicial com real interesse de mudar. Ou, assim tá bom para os que estão ganhando bem, em cima da desgraça alheia lindeira e/ou subalterna?

Afinal, quanto MENOR o município, a população e a renda Per Capta local, MAIOR a cota parte unitária advinda do distante e “distraído” governo federal, via transferências aos cofres da prefeitura, via FPM; MENOR a renda Per Capta da população, e consequentemente, MAIOR a dependência dos políticos e xerifes(as) econômicos os quais compram vergonhoso apoio, complacência e contemplação dos Judas de prateleira empilhados na emaranhada injustiça brasileira. Não há tribunal de Faz de Contas que consiga motivação e/ou técnica capaz de contabilizar e valer o que custam.

Gráfico produção própria, base relatório BCB.

Nos quadros e gráficos acima, está fartamente demonstrada a Estatística Bancária, separada por agência, no município de Ipiaú, com a informação financeira-monetária em contraposição à contábil, mostrado o nível dos saldos e valores das principais rubricas contábeis do balanço contábil das 4 agências dos bancos comerciais e/ou múltiplos com carteira comercial, presente na cidade.

Tudo conforme estabelece o Comunicado 20.467-11 do Banco Central do Brasil, cujo títulos contábeis que são aglutinados em cada verbete encontram-se divulgados no COSIF – Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional.

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