Domingo, Novembro 24, 2024
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Eleições 2024 e a terceirização comercial do adestramento de eleitores

O urbanista e arquiteto ipiauense, Elson Andrade, comenta o jogo velado da propaganda política subsidiada a falta de uma solução realmente inovadora para o nosso principal e verdadeiro problema: a retomada do desenvolvimento microrregional

Elson Andrade é arquiteto, urbanista, empresário e pós graduado do Instituto de Economia da Unicamp

A Fábula do Leão Surdo

Reza a lenda que um caçador de leões contratou um feiticeiro para lhe ensinar uma fórmula-técnica mágica, a fim de facilitar o seu serviço e, assim, garantir resultado no trabalho, de modo certeiro, na captura de leões, nas suas tradicionais caçadas profissionais.

Empreitada contratada. Depois de alguns dias, eis que chega a encomenda comercial: – um feiticeiro-marketeiro lhe entregou uma FLAUTA MÁGICA que, ao ser tocada, era capaz de enfeitiçar “qualquer leão” distraído, fazendo-o dançar com a música encantadora, aos ingênuos e distraídos ouvidos dos leões ouvintes; ao entrar no ritmo-aderente (ficar encantado-abobado, tal qual, o lendário e famosos canto encanto da sereia).

Se tudo desse certo, desse modo, o caçador sempre teria seu trabalho facilitado e garantido o mesmo resultado, com sua técnica malandra, traiçoeira, persistente envolvente e “encantadora”.

Foi então que o caçador resolveu testar sua flauta. Saiu para caçar e qual não foi sua surpresa? Era só tocar a flauta e o animal feroz ou manso-godela dançava, dançava e dançava, encantando-se ao som da mágica flauta!

Muuuito confiante na sagaz técnica, em sua mente ele sempre repetia em silêncio, o grito de guerra: “Dança bicho feio, perdeu playboy!”.

Entusiasmado com o instrumento encantador, o caçador então organizou uma grande caravana convidando seus amigos caçadores-comparsas para liquidar a fatura.

Logo no primeiro dia de caçada, o grupo se deparou com um feroz tigre. De imediato, o caçador anfitrião pôs-se a tocar a flauta e, milagrosamente, o tigre, que já estava próximo de um de seus amigos, começou a dançar e, enfeitiçado, se transformou numa presa fácil. Um gatinho inofensivo.

E cada vez mais todos se encantavam cantando em coro: “Dança bicho feio, perdeu playboy!”.

E assim, o êxito da caçada só prosperava. Era só tocar a flauta, e  liquidar a fatura, junto com seus amigos-comparsas.

Dias depois, veio o sobressalto! A caravana foi atacada por um insurgente leopardo, insurgente gordinho, que saltou duma árvore pseudo-empresarial. Embora o susto, ainda ao tradicional som da flauta mágica, contudo acordado; o animal transformou-se: de agressivo combatente adversário, em um manso felino “amigo”, e mais uma vez, dançou-se. Saiu de cena. (Game over) Novamente, os tradicionais caçadores agiram em grupo. Não hesitaram: o “mataram” com vários tiros cenográficos.

E assim foi: flauta sendo tocada, animais ferozes dançando, caçadores matando…. e seguiram com a comemoração ao som-hino de fundo: “Dança bicho feio, perdeu playboy!”.

Já quase no final da temporada, o grupo encontrou pela frente um leão faminto. A flauta soou, soou, mas desta vez o leão não dançou. Ao contrário, atacou o grupo dos amigos-comparsas flautistas, devorando-os.

Logo depois de ter devorado todos os seus amigos comparsas, o original caçador-tocador de flauta, desesperadamente, fazia soar as notas musicais, mas sem resultado algum. O leão não dançava! E agora? Enquanto tocava e tocava, o caçador foi sendo devorado. Quem tanto matou, agora estava sendo devorado impiedosamente. Naturalmente. Consequentemente.

Dois macacos, alheios espectadores, de cima de uma árvore próxima, a tudo assistiam, e em silêncio, um deles observou com sabedoria: – Eu sabia que uma hora esses articulados e malandros caçadores-comparsas, iam se dar mal quando encontrassem um LEÃO SURDO… E então os filósofos macacos cantaram, à capela, assim: “CUIDADO COM OS LEÕES SURDOS, ELES PODEM MUDAR TODO O RUMO DUMA HISTÓRIA DE SUCESSO!”

Moral da História

Não confie cegamente no canto da sereia, nos métodos e processos que sempre deram certo na mídia e agentes eleitorais comparsas; um dia tudo podem falhar. A política é como as nuvens no céu: De uma hora para outra, (com a mudança de temperatura e pressão) o tempo pode fechar e a enxurrada te levar. Tenha cuidado Menina-da-Maria, com os Leões Surdos, porém não cegos!

Do caso concreto

Infelizmente, porém, em muitas cidades, a propagando político-eleitora faz uso (legal e ilegal) velada ou explicita, tocando flautas encantadoras, via programas de rádios, artigos em blogs e sites, opiniões de falsos jornalistas (ontem locutores de porta de loja em liquidação), de forma comercial-traiçoeira.

Muitas vezes, até é mesmo difícil o povo imaginar quem seja o velado patrocinador da peça publicitária (ou opinião favorável), pois inclusive, o isolado eleitor, não tem provas materiais de como realmente funciona o velado-emarando  custeio, subsídios e interesses por trás.

Infelizmente, a lógica da sustentabilidade econômica dum veículo de comunicação, que aparentemente entra na sua casa de “graça”, sempre tem por trás um patrocinador interesseiro. E direta ou indiretamente, quem arca com os custos velados, embutidos nos preços e impostos; são os eleitores-consumidores, que têm preços formados inclusive, com os gastos da campanha de marketing, por trás da peça publicitária-comercial, ou, político-eleitoral.

Fonte: Base de Dados TCM-BA

Com um volume orçamentário para a gestão municipal de Ipiaú, 2025 a 2028, previstos em mais de R$ 1 bilhão, é tácito o nível aguerrido na competição em tela, entre os possíveis candidatos, em especial, o desespero-oportunidade e dedicação fora de hora, do atuais “donos da bola”, na busca da perpetuação e/ou sepultamento do passado contabilizado.

Enquanto a Maré tiver enchendo, os bolsos dos beneficiados darão total apoio comercial-político tocando a flauta mágica. Quero ver a hora que a fonte secar, a maré baixar, e, os nus aparecerem com as parte a mostra.

Em Ipiaú e região, a população vive encantada com a flauta mágica terceirizada, alastrada, bancadas pelos cofres públicos. Onde e quando, por fim e ao cabo, a própria população tem arcado com o custo do som estonteante, dominador orquestral, quase que epidêmico.

Aí fica a pergunta: – Porque o povo tem dançando ao som desta flauta mágica?

Suposições de resposta-justificativas a esta fundamental, reveladora e estruturante pergunta:

1️⃣
Durante a Covid-19 (2020), segundo dados do governo federal, 56,5% da população de Ipiaú recebeu ao menos um pagamento do Auxílio Brasil, o qual, QUEM COMANDA ESTE CADASTRO, são as prefeituras. Lugar e oportunidade onde se normalmente (segundo fartas denúncias estampadas nos jornais sérios, país a fora), lugar e hora, onde se cria dificuldade para “vender” facilidade, de viés capazes da capitania político-eleitoral-governamental. Daí oportunamente, é só dizer: - Procure seu vereador, ou a secretária(o) X, para te dar uma força, que você consegue...;
2️⃣
O sistema de “Regulação do SUS”, que exige prévia autorização de procedimentos médico-hospitalares tem sido um verdadeiro calvários aos desesperados pacientes, pobres das pequenas cidades. Sistema velado, o qual, QUEM COMANDA A INICIATIVA-BUROCRÁTICA, tem sido as prefeituras. Lugar e oportunidade onde se normalmente (segundo farta denuncia estampada na mídia em geral), É JUSTAMENTE, ONDE MAIS UMA VEZ, SE CRIA DIFICULDADE PARA “VENDER” FACILIDADE. Daí, é o momento que aparece um sujeito plantado, à paisana para  sugerir: - Procure seu vereador para te dar uma força, que você consegue. Alguns casos emblemáticos chegam propositadamente, o pedido aos “programas Jornalísticos” sádicos, quando e onde, se  deixa o caso esquentar (ganhar notoriedade e compaixão popular), e em seguida aparece um vereador(a) ou secretária(o) piedosa-salvadora, que enfim, QUEBRANDO A ORDEM CRONOLÓGICA DO ATENDIMENTO PÚBLICO, consegue a tal autorização para o paciente, sob aplauso geral, que em verdade, se trata do uso da máquina e do dinheiro público em favor de atos de campanha evidentemente eleitoreiro. O qual, deve obediência a Ordem Cronológica, (proposta devidamente rejeitado o projeto legislativo “oposicionista”) na exigência do cumprimento do princípio constitucional da Impessoalidade; (em caso de flagrante, de cenas de casos similares, encaminhe sua queixa-denuncia ao MPF, dado que a Saúde, Educação e Meio Ambiente, são de competências dos 3 poderes. Vide aqui
3️⃣
As Folhas de Pagamento das prefeituras geralmente,estão no limite, ou até acima deste, no escroto patamar dos tradicionais 54% das receitas correntes. No uso do preenchimento de “vagas” e gozo dos tais CARGOS COMISSIONADOS e TEMPORÁRIOS. São verdadeiras vergonha e lócus, onde para ser contemplado é preciso ser indicado por um da base aliada e/ou alienada, dos governos. E tendo alguma folga, o vereador pega o microfone, vai a tribuna, para avençar o chefe do executivo com ameaça de retirada de apoio, caso os seus, deixem de ser contemplados, ou, o... do vereador-colega X, tenha mais gordura;
4️⃣
Recentemente mais de 170 professores estatutários aposentados foram exonerados dos seus cargos para serem substituídos na precária condição de temporários (que pode ser dispensados a qualquer momento, sob julgamento e mando do governo). Estes tais tipo de CARGOS TEMPORÁRIOS, segundo  denúncias de diversos jornais de diversas cidades têm se mostrado como uma verdadeira vergonha e lócus, onde para ser contemplado(a) é preciso estar mudo e não atacar a base aliada dos seus respectivos governos. Dançar a música da tal flauta mágica.
5️⃣
As mídias tradicionais, que perderam audiência para as redes sociais e sistemas de comunicação horizontal-direta, não conseguem mais receitas próprias oriundas do seu negócio-original em si... Daí, acabam dependentes de terceirizações escusas, indiretas, veladas, na divulgação da propaganda oficial dos governos. Normalmente, este fato tem ganhado acalorados debates no plano Estadual e Federal. No entanto, se somado os despercebidos gastos municipais brasileiro, já ultrapassamos o somatório os bilhões por ano, país a fora.

Porém é bom lembrar, que nem todo leão tem “boa audição” e audiência cativa e obediência sistêmica.  Nem todo dia o cachorro defeca na estrada, e um dia a porca torce o rabo.

Ainda bem que mesmo em nossos tempos-filarmônicos conturbados, ainda há leões resilientes, resistentes a flauta mágica encantadora predominante… porém, o que incomoda não é a surdes, mas sim, o gritante silêncio, destes.

A 2D tem diversos outros artigos de foro regional que poderão trazer informações e debates de grande valia para a sua vida ou negócio. Não deixe de ler e compartilhar essa publicações, acessando acessando aqui a secção Elson Andrade.

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