E Jequié é o ponto mais preocupante, em função da guerra campal travada por facções criminosas, acrescenta o delegado que comanda a 9ª Coorpin
"O desafio para este ano de 2023 é seguir combatendo a criminalidade com este efetivo que a gente tem, até a gente receber servidores novos".
Assim começa o novo ciclo de 365 dias, chamado 2023, para o delegado Rodrigo Fernando.
Ele coordena e gere – a partir de Jequié – a Polícia Civil da Bahia nas 24 cidades que estão sob o mando da 9ª Coordenadoria de Polícia Civil do Interior – 9ª Coorpin. Somadas, as populações destes munícipios se aproximam dos 500 mil habitantes.
Ele conta que o quadro de servidores é bem diminuto e assim, pele menos por este primeiro semestre, vez que novos servidores aprovados em concurso público estão em processo de formação. Tem muita gente de licença prêmio e muita gente prestes a se aposentar. A gente tem que se reinventar para desenvolver o trabalho satisfatório",
ilustra.
Sobre 2022, ele conta que a principal dificuldade foi conciliar atividades de gestão com atividades investigativas. "Mas fizemos operações significativas, tivemos a conquista de inaugurar sete novas unidades na coordenadoria, além de reformar mais duas. E ainda temos por iniciar sete novas construções em cidades que integram a 9ª Coorpin",
elenca Rodrigo Fernando.
Foram inauguradas novas delegacias em Maracás, Lafaiete Coutinho, Itiruçu, Jaguaquara, e Itagibá. Em Jequié, foi inaugurada as novas sedes da Delegacia de Atendimento a Mulher (DEMA) e da própria Coordenadoria Regional. Foram reformadas as unidades de Ipiaú, Itagi e Nova Itarana.
"Foram distribuídos de 139 novos computadores em todas as 24 unidades integrantes da Coordenadoria Regional",
destaca o delegado Regional.
Ele diz que, no combate a criminalidade, o desafio maior é o tráfico de drogas, que tem Jequié como um território estratégico. "A cidade tem um presídio, é cortada pela BR-116 e tem um mercado consumidor em franca expansão, por tratar-se de uma cidade de quase 200 mil habitantes",
explica.
Rodrigo Fernando estima que de 90% a 95% dos homicídios derivam do tráfico de drogas. "Foram 176 homicídios na coordenadoria de Jequié em 2023, que registrou 158 em 2022. Só em Jequié, 101 homicídios. Mais de 60% só em Jequié, entre as 24",
enumera.
Os dados estatísticos da 9ª Coorpin, revelados por Rodrigo Fernando, mostram que entre as vítimas estão 11 mulheres, porque envolvidas com a disputa de grupos criminosos pelo comando do tráfico.
Dados estatístico referente a
01/01/2022 até 31/12/2022.
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Total de ocorrências registradas nas unidades da Coordenadoria
- 17.508, sendo 7.505 somente em Jequié.
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Total de flagrantes lavrados -
572, sendo 251 somente em Jequié.
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Total de Mandados de Prisão Cumpridos - 151
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Total de Mandados de Busca e Apreensão - 44
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Total de Inquéritos Instaurados - 2.159
As unidades
Pelos dados da 9ª Coorpin, os municípios Aiquara, Apuarema, Cravolândia, Dário Meira, Ibirataia, Ipiaú, Itagi, Itiruçu, Jaguaquara, Jitaúna, Lafaiete Coutinho, Manoel Vitorino e Planaltino registram diminuição no número de homicídios.
"A Cidade de Ipiaú pelo quarto ano seguido registra diminuição do número de homicídio e Jaguaquara que passou por um ano turbulento em 2021 (23 ocorrências) registra esse ano uma diminuição de 39% (14 ocorrências)",
pontua Rodrigo Fernando.
Ele destaca três inciativas principais no combate ao crime, tendo Jequié como foco.
Deflagração de 02 grandes operações, que obteve êxito em realizar a prisão de integração de facções que se encontrava em outro Estado da Federação.
▪️Pedido para encaminhamento de integrantes do alto comando das facções, do Presídio de Jequié para o Regime Disciplinar Diferenciado, em presídio de segurança máxima.
▪️Pedido de Intervenção do Presídio de Jequié no intuito de localizar e apreender instrumentos que facilita o contato externo.
Rodrigo Fernando cita ainda dois dados estatísticos que considera importantes. Em Jequié foi zero caso de feminicídio e apenas um registro de caso de latrocínio, roubo seguido de morte.
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