Números deste primeiro quadrimestre indicam que 2022 deve superar 2021 em sete municípios listados pela 2D: Aiquara, Barra do Rocha, Ibirataia, Ipiaú, Itagibá, Jitaúna e Ubatã, que vem num crescente histórico. Há casos de 400% de crescimento, numa puxada comparativa do ano de 2008 com o ano de 2021
Reza a constituição da República Federativa do Brasil:
"Art. 18. A organização político-administrativa da República federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição"
Este acordo constitucional estabelece prerrogativas, recursos e responsabilidades para o cumprimento das funções, de acordo com explicação da CNM – Confederação Nacional, que se queixa: "Os Municípios assumem mais atribuições, mas sua participação no bolo de receita permanece a mesma".
Mas para a CNM, é insuficiente a participação de 19% dos municípios no bolo nacional de impostos arrecadados e repassados pela União (Governo Federal) na forma das chamadas “transferências constitucionais”.
Pouco ou muito, discussão a parte, estes repasses vem num crescente histórico, como mostra o primeiro exemplo elencado pela 2D, o do município de Itagibá, cidade de 14.331 habitantes, segundo estimativa de 2021 do IBGE.
O salto foi geométrico, se a puxada recuar ao ano de 2008, segundo dados do portal Tesouro Nacional Transparente: de R$ 9.580.094 para R$ 43.672.428,
.
A catapulta elevou os repasses federais para Itagibá, portanto, em 355,8%
no período de 2008 a 2021. A inflação acumulada do período, segundo o IPCA – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – foi de 83,3%.
Veja o evolutivo:
2008 | R$ 9.580.094 |
2009 | R$ 9.741.713 |
2010 | R$ 13.291.003 |
2011 | R$ 19.668.386 |
2012 | R$ 20.610.818 |
2013 | R$ 19.439.996 |
2014 | R$ 19.805.793 |
2015 | R$ 20.697.235 |
2016 | R$ 20.987.728 |
2017 | R$ 18.336.252 |
2018 | R$ 19.766.294 |
2019 | R$ 21.586.935 |
2020 | R$ 28.680.239 |
2021 | R$ 43.672.428 |
O histórico é bom, a tendência é crescimento e o futuro promete. Em 2020, foram Total R$ 28.680.240
depositados pelo Tesouro Nacional nos cofres da Prefeitura de Itagibá. Em 2021, 43.672.428
– um crescimento de 53,5%
E dados de hoje (26/4), num comparativo dos primeiros quadrimestres de 2021 e 2022, apontam que os repasses foram de R$ 15.018.886,31 para R$ 19.392.233,78
. conforme números da CNM – Confederação Nacional dos Municípios.
Repasses federais para Itagibá 2021 |
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Royalties - CFM R$ 15.326.840 |
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Royalties - ANP / PEA / FEP R$ 398.653 |
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LC 176/2020 (ADO25) R$ 46.792 |
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Imposto Territorial Rural - ITR R$ 74.132 |
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FUNDEB - Distribuição das Retenções da União R$ 5.346.804 |
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FUNDEB - Complementação da União R$ 4.367.130 |
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FPM - Fundo de Participação dos Municípios R$ 17.349.459 |
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CIDE-Combustíveis R$ 9.202 |
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Ajuste FUNDEB - Distribuição das Retenções dos Estados R$ 9.558 |
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Ajuste FUNDEB - Distribuição das Retenções da União R$ 8.617 |
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Ajuste FUNDEB - Complementação da União R$ 735.242 |
Total R$ 43.672.428 |
Fonte: Portal Tesouro Transparente |
Receitas federais
Parcela das receitas federais arrecadadas pela União é repassada aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. O rateio da receita proveniente da arrecadação de impostos entre os entes federados.
Dentre as principais transferências da União para os Estados, o DF e os Municípios, previstas na Constituição, destacam-se: o Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal – FPE; o Fundo de Participação dos Municípios – FPM; IPI – Exportação; CIDE-Combustíveis; o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – Fundeb; Royalties; e o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR.
Repasses federais para Itagibá 2020 |
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Royalties - CFM R$ 5.601.839 |
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Royalties - ANP / PEA / FEP R$ 243.632 |
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PFEC INCISO II R$ 1.104.093 |
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PFEC INCISO I R$ 210.302 |
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Lei Complementar Nº 87/96 (Lei Kandir) |
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IOF - Ouro |
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Imposto Territorial Rural - ITR R$ 62.067 |
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FUNDEB - Distribuição das Retenções da União R$ 3.976.269 |
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FUNDEB - Complementação da União R$ 2.970.028 |
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FPM - Fundo de Participação dos Municípios R$ 12.969.930 |
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FEX - Auxílio Financeiro de Fomento às Exportações |
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CIDE-Combustíveis R$ 14.241 |
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Apoio/Auxílio Financeiro aos Estados Municípios e DF R$ 1.284.367 |
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Ajuste FUNDEB - Complementação da União R$243.471 |
Total R$ 28.680.240 |
Fonte: Portal Tesouro Transparente |
Repasses constitucionais: 19%
Os repasses federais são consequência do Pacto Federativo, que define o modelo de distribuição das receitas entre Governo Federal, estados e municípios. Este Pacto define o percentual de participação de cada ente federativo no bolo de impostos arrecadados pelo Governo Federal, também chamado União.
A CNM entende ser insuficiente fatia do bolo destinada para os 5.568 municípios brasileiros que é, segundo ela, de 19%
.
E levanta uma sucessão de questionamentos: “Quem asfalta a sua rua? O município. Quem administra o trânsito na sua cidade? O município. A quem compete o saneamento? Ao município. A quem compete o urbanismo? Ao município. Quem responde pela maior parte da oferta em educação? O município. Quem responde pela maior parte da oferta de serviços em saúde? O município. Quem proporciona a iluminação pública? O município
“.
Repasses crescem além da inflação desde 2008
A 2D fuçou no Portal Tesouro Nacional Transparente os dados de sete municípios: Aiquara, Barra do Rocha, Ibirataia, Ipiaú, Itagibá, Jitaúna e Ubatã
e viu que essa receita federal “insuficiente” prosperou, em todos, sempre bem acima da inflação acumulada do período de 2008 a 2021, que é de 83,3%. Uns triplicaram e outros quadruplicaram.
E segue a tendência de crescimento. Em Ipiaú, por exemplo – que fechou o ano de 2021 com R$ 54. 237.317 -,
fecha o primeiro quadrimestre deste ano
, ainda faltando o repasse de FPM do dia 30, com R$ 35.695.577
recebidos do Tesouro Nacional.
Município | 2008 | 2021 |
Aiquara | R$ 5.077.709 | R$ 20.454.746 |
Barra do Rocha | R$ 5.842.810 | R$ 16.066.937 |
Ibirataia | R$ 14.790.907 | R$ 42.272.344 |
ipiaú | R$ 17.823.263 | R$ 54.237.317 |
Itagibá | R$ 9.580.094 | R$ 43.672.428 |
Jitaúna | R$ 9.725.187 | R$ 24.631.770 |
Ubatã | R$ 12.183.048 | R$ 33.652.788 |
Receitas próprias
Além destes repasses federais, existem as receitas próprias municipais. As receitas próprias são as competências dos municípios para instituírem impostos que são IPTU, ITBI, ISSQN e mais as contribuições de melhoria e taxas. Elas são diretamente cobradas e arrecadadas pelas prefeituras.
2D
Municípios devem receber R$ 13,5 bilhões de repasse extra do FPM em 2022; indica CNM
A entidade calculou, ainda, que entre 2007 e 2022, os recursos extras de FPM representaram R$ 88 bilhões a mais nos cofres municipais
A Confederação Nacional de Municípios (CNM) divulgou nesta terça-feira, 26 de abril, estimativa do repasse extra do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) de julho, de setembro e de dezembro de 2022. A previsão da entidade é feita com base em informações oficiais divulgadas por meio do Relatório de Avaliação Fiscal e Cumprimento de Meta do Governo Federal, referente à avaliação do 1° bimestre de 2022. O relatório apresenta as expectativas do governo federal para o atual exercício.
Os repasses extras de julho e setembro vieram no sentido de procurar mitigar a costumeira queda do FPM, que costuma ocorrer nos meses. Com isso, os Municípios devem receber 0,25% de repasse extra do FPM em setembro de 2022 e 2023. Para os repasses extras a CNM calcula, respectivamente, R$ 5,9 bilhões para julho, R$ 1,1 bilhão para setembro e R$ 6,5 bilhões para dezembro. A entidade calculou, ainda, que entre 2007 e 2022, os recursos extras de FPM representaram R$ 88 bilhões a mais nos cofres municipais.
Os repasses extras são fruto de importantes conquistas da CNM e do movimento municipalista. Como resultado, o movimento municipalista tem a aprovação das Emendas Constitucionais 55/2007, EC 84/2014 e EC 112/2021, resultando, respectivamente, no 1% de dezembro, 1% de julho e no 1% de setembro. As medidas alteraram o art. 159 da Constituição Federal e elevam, gradativamente, os recursos repassados pela União para o Fundo de Participação.
Aos gestores municipais, a entidade faz o alerta de que os valores são apenas previsões para nortear os gestores em seu planejamento e incorrem em uma margem de erro amostral. Isso porque as estimativas podem variar de acordo com a evolução da atividade econômica futura, onde se dará a arrecadação dos impostos que compõem o FPM.
Ascom CNM