Domingo, Novembro 24, 2024
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Ouça: “Com a mineração, houve uma migração violenta da população rural para cidade e cresceu a pobreza na periferia urbana de Ipiaú”, analisa Elson Andrade

Ele entende que, por hora, o caminho é apostar na fruticultura industrial e exportadora, estimulando a população voltar ao campo e os empreendedores à ativa. "É hora de virarmos a página da cacauicultura, muitas vezes tratada mais como religião do que Região cacaueira", defende

Elson Andrade é arquiteto, urbanista, empresário e pós graduado do Instituto de Economia da Unicamp

Na edição de hoje (3/3), participou do Jornal da Nova FM 89,3, ancorado pelo radialista Celso Rommel, o arquiteto e urbanista Elson Andrade.

Ele traça um cenário desolador para Ipiaú, de empobrecimento. "Hoje, o PIB Per Capto, de Ipiaú é de pouco mais de R$ 11 mil por habitante ano. Comparativamente, no Brasil o PIB Per Capto é de R$ 46 mil, 4 vezes mais que o de Ipiaú", pontua.

Para Elson, um dos motivos deste empobrecimento é, exatamente, o efeito colateral do advento da exploração mineral nos arredores de Ipiaú, que fez a população rural evadir-se do campo em direção a periferia urbana do município, em flagrante abandono da cacauicultura. "Desde que veio a mineração, houve uma migração violenta da população rural para a cidade. A periferia de Ipiaú explodiu", avalia.

Mas diz o ipiauense, que cerca de 400 pessoas estão sendo de fato absorvidas em postos de trabalho registrados diretamente na exploração mineral itagibense.

Para Elson Andrade, a tradicional cultura cacaueira, com o despencar substancial da produção (em quantidade e qualidade) provocado, principalmente, pela infestação da vassoura-de-bruxa, falta de financiamento e zelo, é bananeira que já deu cacho.

"Para se ter uma ideia do risco socioeconômico consequente, involuntário, em cada cinco fazendas, você só encontra apenas um trabalhador com carteira assinada", exemplifica.

Ele entende que, por hora, o caminho seria apostar na fruticultura industrial e exportadora. Estimulando a população voltar ao campo e os empreendedores à ativa da produção local. Assim, segundo, reduz-se a dependência financeira do governo federal grupos políticos. "A solução é levar essas pessoas de volta para o campo, mas com produção de riqueza local", adverte.

Nesta defesa da fruticultura, ele cita o caso da cultura do Maracujá. "Chega a dar oito vezes mais dinheiro, por hectare, que o cacau", ilustra.

Nos áudios que você pode escutar a íntegra abaixo, Elson Andrade ainda defende que sejam implantados no campo energia e internet, equipamentos indispensáveis as condições produtivas modernas. Além disso, ele defende a melhor conservação da vias de acesso, escolas e postos de saúde.

Ouça.

Elson mandou para essa Redação este vídeos abaixo e sugere ao leitor da 2D que assista.

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