Domingo, Novembro 24, 2024
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Falta de iniciativa empreendedora leva economia de Ipiaú a perder R$ 1 bilhão por ano, calcula Elson Andrade

"A dita região cacaueira passou a sobreviver duma economia rebocada financeiramente, puxada pelo orçamento público municipal, onde cerca de 8 em cada 10 reais vem de transferências federais (FPM)", argumenta o urbanista em artigo para a 2D

Parasitismo Sistêmico – falta de iniciativa empreendedora-raiz desenvolvimentista faz economia de Ipiaú perder mais de R$ 1 bilhão por ano – PIB Per Capto local é 30% da média nacional

Elson Andrade é arquiteto, urbanista, empresário e pós-graduado pelo Instituto de Economia da Unicamp

Desde que os primeiros “originais” desbravadores-invasores, desmatadores,  pseudos pistoleiros-conquistadores de territórios indígenas, empreendedores da cacauicultora-raiz e sul baiana chegaram por estas bandas de Rapatição – conforme descrito por Euclides Neto e ratificado mais tarde, em parte, por Américo Castro – denominados como os Macaqueiros…

Dizem que numa boa e produtiva reunião o que mais importa não são as respostas imediatas, (disponíveis nas enciclopédias, composições empilhadas em forma de produto de prateleira) mas sim as perguntas originais: profundas, atuais, consequentes e pertinentes ao caso-empreitada em tela. A tal (?) famosa, provocante, estarrecedora, tácita e consequente pergunta-desdobro: – E daí?.

Há quem diga que nem as mais antigas e “estáveis” relações conjugais, firmadas há décadas, são capazes de sobreviver ilesas a tal grau de abalo sísmico, de repetidas perguntas provocantes, sem desvio do foco principal-original, contumaz e invariavelmente veladas na – RAIZ DO PROBLEMA – escondida, envelopada, sustentada, recheada de versões embebidas em capas-dissimulantes e suas versões interesseiras-beneficiárias, protegidas por falsas conclusões superficiais “pacificadoras”.

Segundo a teoria desenvolvimentista japonesa, quase tudo nessa vida fica desnudado, revelado, dissecado, evidenciado e, estruturalmente, mapeado, da flor a raiz da árvore; após a 5ª e, consequentemente, sucessiva pergunta, uma após a outra, “metralhando” as respostas, com mais perguntas: Por que 1, por que 2, por que 3, por que 4 e por que 5.

Quer ver um exemplo, meu caro e apressado leitor?

Se, aceitado o desafio, então veeeenha!

A premissa afirmativa fática, base da inquisição em tela, é: “Quanto mais a população dos pequenos municípios abrem o seu território para o Estupro Fiscal e Previdenciário Federal, sem a devida Autonomia Gerencial Local.

Quanto mais recebe dinheiro carimbado, advindo de transferências federais obrigatórias, fiscais e orçamentárias públicas – como o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) – mais fica pobre”!!!

Por que 1?R1 - 
Porque aumenta o grau de dependência financeira.

Por que 2?R2   
Porque o município passa a depender mais e mais da sustentação financeira, exógena, produzida e vinda de fora (sem produção real-local, sem os fatores de multiplicação da riqueza produzida e lastreada pelo próprio-trabalho e/ou trabalho-próprio... como queiram).

Por que 3 (como assim)?R3 
Porque coexistem simultaneamente duas economias: A [Real] (base produtiva de bens e serviços – origem e destino, predominantemente local) e a [Financeira] (Abstrata, numérica, imaterial, contábil-escritural, fiduciária, represente-indireta, titular, cada vez mais rica, concentradora por origem, forasteira, ensimesmada e essencialmente agiota-pedagista).

Por que 4 (como assim)?R4 
Imagine que vivêssemos numa época, que ainda não existisse o [Dinheiro]. Portanto, para a maioria dos municípios miúdos, como Ipiaú, conseguir consumir celulares, Smarts TVs, caminhonetes, remédios, energia elétrica, produtos de supermercado em geral... certamente precisariam produzir algo material em troca. Você não acha?

Por que 5 (e daí)?R5   
Certamente, diante do grau de competição econômica humana, territorial,  morreríamos desnutridos, desabastecidos por falta de bens e serviços reais, substanciais, indispensáveis a vida, em especial, a plena saciedade dum padrão de consumo atual, “imposto pela turma do marketing”. Noutra perspectiva, poder-se-ia dizer que se trata de ideologia barata, a qual há “naturalmente” um alto grau de adesão, mediante extorsão sentimental, da cínica prática do: Se me dão. (mais conhecida como godelagem, ao se fazer de vítima do sistema exógeno-expropriante).
Reprodução: Acervo arq. urbanista Elson Andrade acerca da 1ª. proposta do Plano Diretor Estratégico de Ipiaú-BA, 1997.

Huuuum.... Entendi!

Já no plano nacional, segundo dados do jornal Valor Econômico (do grupo Globo), a estimativa é que o PIB per capita 2022 (medida econômica abstrata e teórica) tenha crescido 0,2% no terceiro trimestre do ano passado, atingindo o patamar dos R$ 42.625, média-abstrata-irreal,por cada cidadão brasileiro. No cálculo foi considerado um aumento de 0,18% da população no trimestre (proporcional a uma taxa de 0,7% no ano).

Ou seja, o PIB nacional em 2021 foi de R$ 8,9 trilhões. Sendo que no último trimestre o PIB brasileiro divulgado referente só do (3º trimestre de 2022), o valor atualizado, estimado, previa R$ 2,54 trilhões, apenas naquele trimestre.

Abaixo uma tabela com o ranking dos PIBs, das Unidades mais importantes da Federação brasileira.

Fonte: IBGE transcrição própria dos PIBs 2020.

Não se esqueçam... conceitualmente, tudo em tese! O que é seu, é seu, o que é meu, é meu. Esta é a condição sine qua non numa organização socioeconômica jurídica-política a qual vivemos.

A parte que compõe o todo e por ela é determinada. Ou como diria a minha avó: – Onde falta Inteligência Coletiva, abunda estupidez em geral. E arremataria: – Escuta o que eu tô te dizendo meu fi, esse povo e dinheiro abstrato-digital aí, ainda vão “morrer” boquiabertos, capturados pela tarrafa traiçoeira dessas tais redes sociais, de peixe graúdo-pescador escondido, onde “tudo não passa” de ilusão carcada em fumaça.

Se tem um número abstrato, ao qual os brasileiros costumam fazer festa em praia alheia, é esse tal PIB e PIB Per Capto.

Afinal, qual o PIB e PIB Per Capita do Brasil 2022?

Fonte: Banco Mundial

No caso do Brasil, até o enciclopédico Google diria: “Trata-se de um vasto país sul-americano, estende-se da Bacia Amazônica, no norte, até os vinhedos e as gigantescas Cataratas do Iguaçu, no sul. O Rio de Janeiro, simbolizado pela sua estátua de 38 metros de altura do Cristo Redentor, situada no topo do Corcovado, famoso pelas movimentadas praias de Copacabana e Ipanema, bem como pelo gigantismo do animado Carnaval, com desfiles de carros alegóricos, fantasias extravagantes e samba enredo”. 

Fonte: Banco Mundial, transcrição gráfica própria.

Se me permitem um parêntese, voltemos ao caso concreto e “miúdo” de Ipiaulândia.

A revista Veja já descreveu que Ipiaú-BA seria conhecida nacionalmente como uma terra de poetas e malucos, tal qual saiu em reportagem de circulação nacional, com abordagem sobre a pessoa-personagem de si, Sr. Veras.

Caso muito comum na cidade. Inclusive, viver da ilusão da mescla pessoa-personagem, (própria ou adotiva), quando e onde temos os que se auto intitulam e vivem como se realmente fossem: fazendeiro rico do tipo cacauicultor bom vivant, comunista-escritor, fiscal e secretário municipal, jornalista, radialista, ambientalista, vereador, astronauta, historiador, pastor… E quem sabe, os mais sinceros, honestos e aproveitáveis sejam mesmo os tais poetas e malucos.

Fonte: IBGE, transcrição gráfica própria

Talvez seja uma espécie de fuga instintiva, do tipo providência natural, dum cachorro que caiu do caminhão de mudança, 500 km antes do destino. (vide Tese: A Anunciada Derrocada da Economia Financeira da Cacaueira Sul Baiana).

Reparem no gráfico abaixo, em especial o da direita, que mostra que com o fim do ciclo econômico e desvio de finalidade-raiz da cacauicultora-extrativista-financeira, a dita região cacaueira, passou a sobreviver duma economia rebocada financeiramente, puxada pelo orçamento público municipal, onde cerca de 8 em cada 10 reais vem de transferências federais (FPM) e mais 1 do Governo do Estado. E o complemento da receita pública local representa e, normalmente, beira aos 10% do orçamento anual municipal (LOA).

Fonte: IBGE transcrição gráfica própria

No caso da cidade de Itagibá-BA, a riqueza gerada advinda da simples e forçada extração do Níquel (uma das maiores do mundo) traz riqueza apenas contábil, consequentemente remetidas ao exterior via empreendedor “dono da mina”. E a população local vive de verdade numa situação real, pior que a realidade fática-econômica da vizinha Ipiaú-BA.

Por outro lado, comparativamente, a título de exemplo; se seu encarregado de pedreiro repentinamente morresse e você escolhesse entre os iguais remanescentes, um novo líder para ser o comandante substituto… cuidado!!! A autofagia dos agentes econômicos de baixo é quase sempre um caminho aberto aos forasteiros.

Se por um lado o ser humano cultua o [novo], porém resiste a mudança. Ou ainda que santo de casa não faz milagre. Mas, muito mais que isso: para o cérebro dos comuns, riqueza é relativa.

Talvez daí, nunca tivemos um Prêmio Nobel brasileiro, pois ao se lançar um candidato brasileiro ao Nobel, “os iguais” dominadores, (a turma do tá ruim, mas pra mim tá bom assim; pior se fosse pior) logo trata de detonar, irracionalmente. Sempre!

Em resumo, cognitivamente, institivamente, no frigir dos ovos, é mais fácil sair pela tangente, elegendo um forasteiro… cognitivamente diferente dos iguais. Se este ainda mostrar-se mais rico que os demais, e ainda disser que nem precisa do dinheiro… aí já era. Fato consumado.

Parêntese fechado, e, parentes de cara amarrada, voltemos ao tema central. O PIB e o PIB Per Capto… agora vamos ao local do crime.

Afinal, o que é o PIB?
Segundo o seu calculista, o IBGE, o PIB é a soma de todos os bens e serviços [finais] produzidos por um país, ou região circunscrita, estado ou cidade… geralmente em um ano.

Dividido pela quantidade de habitantes habituais daquela região circunscrita na análise. Ou seja, não passa duma espécie de média abstrata, para fins de análises socioeconômicas circunstanciais.

Logo, não serve para medir o nível de concentração de renda. Ao contrário, serve até para que alguns façam festa no chapéu alheio. Normalmente, os países calculam o seu PIB nas suas respectivas moedas.

Para os mais honestos astutos, com o tema e leitura, em proveito do tempo investido, sugerimos assistirem aos vídeos abaixo, (disponíveis no YouTube) como reflexão complementar a leitura. I

IMPORTANTE: As opiniões expressas nos vídeos a seguir, são dos seus respectivos autores. Todos os vídeos são públicos e estão disponíveis na plataforma do YouTube.

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