Ipiaú, com 45.922 habitantes, distribuiu 5 toneladas de peixe. Itagibá, com 14.452, entregou 18 toneladas

Em Ipiaú, um modelo de excelência na distribuição, organizado e transparente. Em Itagibá, muita foto para pouca informação

Enigmático. Modelos opostos de entrega do peixe da Semana Santa, para as chamadas comunidades socialmente vulneráveis, em Ipiaú e Itagibá.

Do ponto de vista da quantidade distribuída, inversamente proporcional. Itagibá tem uma população cerca de três vezes menor que a de Ipiaú e ofertou uma quantidade de peixe quase quatro vezes maior: 18 toneladas para 5 toneladas de Ipiaú.

Itagibá, segundo estimativa de 2020 do IBGE, reúne uma população de 14.452 habitantes. Ipiaú, segundo a mesma estimativa 2020 do IBGE, abriga em seus limites territoriais 45.922 habitantes.

Os números suscitam interrogações, de como entender os critérios adotados para definição da quantidade de peixes a serem distribuídas. Itagibá tem uma população socialmente vulnerável três vezes maior que a de Ipiaú? Itagibá entregou para cada família uma quantidade de peixe muito maior que a de Ipiaú, pelo menos quatro vezes mais?

Sentença absolutamente em aberto, do ponto de vista do critério para a definição da quantidade. Em Ipiaú, as cinco toneladas de peixe custaram R$ 68 mil. Em Itagibá, as 18 toneladas custaram R$ 242 mil.

Transparência e organização
Nestes dois capítulos, também modelos radicalmente opostos. A entrega em Ipiaú foi de excelência, com transparência e organização.

Como explicou a Prefeitura em posts para as redes sociais. “Os peixes são entregues mediante ticket recebido pelas famílias junto à cesta básica do mês de março. No ticket está destacado o local que a pessoa deve se dirigir para fazer a retirada do peixe”, informou a Prefeitura de Ipiaú, como entregou as suas cinco toneladas de peixe, que foram destinadas a três mil famílias, já previamente cadastradas.

Assim, é possível conhecer quem recebeu o peixe e quanto recebeu. Foram definidos pontos de entrega, para zona rural e urbana, onde a população, já cadastrada na Secretária de Ação Social, foi resgatar a sua quantidade do alimento tradicional da Semana Cristã.

Em Itagibá, um grande apelo midiático, com farta cobertura fotográfica da entrega nos perfis de rede social da Prefeitura. Mas muito pouca informação sobre os critérios de entrega. Não se verificaram informações básicas: quantas famílias estão recebendo o peixe? Qual a quantidade de peixe por família? Essas famílias foram previamente cadastradas? Quem são elas? É possível listá-las?

Essas informações não constavam no site e nos perfis da Prefeitura de Itagibá nas redes socias, pelo menos até o fechamento desta matéria. Um modo politicamente frágil adotado pelo prefeito Marquinhos Barreto (PC do B), porque faz forte o discurso da oposição.

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Rede2D – Redação