Ontem, 23, a Prefeitura de Jequié emitiu o seu o último boletim epidemiológico, tendo em vista o monitoramento dos casos de coronavírus na cidade, que alcançou 31 ocorrências de infecção.
Um quadro díspare, comparativamente ao dia 10 deste mesmo mês de abril, quando o boletim da PMJ se preservava por 18 dias consecutivos, desde 23 de março, apenas repetindo que a cidade tinha apenas um caso confirmado de contaminação.
Mas desde o último 12 de abril, quando foi confirmado o segundo caso na Cidade Sol, que os números não param de crescer e assustam.
Coincidência ou não?
Em 1º de abril, a Prefeitura de Jequié emitiu um decreto ampliando o rol de estabelecimentos autorizados a funcionar, durante o período de isolamento, mas a suspensão das aulas na rede pública e privada foi mantida.
O prefeito Sérgio da Gameleira entende que não foi essa flexibilização a responsável pelo avanço dos casos do Covid-19 em sua cidade. Na sua convicção, foi à falta de cuidado da população, que não vinha usando máscaras de proteção e ainda disparou contra bancos, casas lotéricas, Receita Federal e Caixa de Econômica Federal, acusando-os de negligência. “É o que ocorre quando não seguimos as orientações que passamos de forma técnica pela população, infelizmente, é isso acontece”, queixou-se o prefeito, em live no Facebook no dia 18, quando os casos no município haviam saltado de 4 para 12.
Mas antes, no dia 16 de abril, o Ministério Público estadual, por meio dos promotores de Justiça Rafael de Castro Matias e Juliana Rocha Sampaio, solicitaram à Justiça que obrigasse o município de Jequié a revogar o Decreto nº 20.402, de 8 de abril, que autorizou o funcionamento de atividades tidas como não essenciais na cidade. Na Ação Civil Pública (ACP), os promotores pediram que a Justiça determine o fechamento dos estabelecimentos e a suspensão de todas as atividades não essenciais, enquanto persistir a necessidade de medidas restritivas.
Não precisou. Os casos de coronavírus seguiram avançando, chegando a 19, e o prefeito Sérgio Gameleira, como prometeu, emitiu um novo decreto, endurecendo as regras de prevenção e combate a disseminação da doença, no dia 19 deste mês.
Decreto duro
A gestão de Sérgio da Gameleira, então, alternou da flexibilidade ao endurecimento e o novo decreto previu: “multa de R$ 100 a R$ 50 mil para quem violar as regras: “a) a efetivação da multa aplicada é de competência exclusiva do Presidente do Gabinete Governamental de Gestão de Crise. b) a multa aplicada poderá ser convertida em advertência pelo Presidente do Gabinete Governamental de Crise c) a dosimetria da multa será de exclusiva competência do Presidente do Gabinete Governamental de Gestão de Crise e se dará por ato fundamentado, considerando a gravidade da conduta, o potencial lesivo, a capacidade econômica do infrator e a reincidência”, estabelecem três itens das novas regras.
Mototaxistas ficaram proibidos de transportar passageiros, permitindo-se o transporte de produtos. As feiras e as lojas de departamento não poderão funcionar, ainda que seu mix haja aqueles considerados essenciais. Foi primeiro decreto desta modalidade a prever multa para o cidadão que não usar a máscara de proteção.
Foi um 19 de abril, quando a cidade contabilizava 19 casos de infecção pela pandemia do novo coronavírus. Hoje, (24), de acordo com boletim epidemiológico de ontem, já são 31 casos.
Os estragos já foram feitos. Foi a flexibilização da abertura do comércio?
Rede 2D – Redação