Pela narrativa do vereador de Ipiaú, Cláudio Nascimento (PSD), a Câmara Municipal da cidade vive no mundo paralelo. Hiberna em berço esplendido, enquanto o planeta enfrenta um genocida tsunami sanitário, chamado Coronavírus.
Conta, contabiliza, descreve e argumenta o parlamentar, que enfileira a bancada de sete vereadores, que sempre dizem sim ao executivo, chefiada pela prefeita Maria das Graças Mendonça (PP). Em 2020, diz ele, o legislativo ipiauense reuniu-se apenas cinco vezes e esteve de recesso nos dois primeiros meses do ano. Reúne uma população efetiva de servidores com 62 nomes. Isso, contando com 14 edis (um de licença, mas remunerado), sete servidores efetivos e 41 comissionados.
“A Câmara não está parada, está paradíssima”, queixa-se o vereador. “A câmara não pode ficar omissa num cenário tão grave como esse”, lamenta. E, por aí, Cláudio Nascimento estranha o gasto de combustível do poder legislativo. Em março deste ano, segundo ele, foram R$ 8.969,19 -, a este título, apesar de a Câmara ter apenas um veículo e está em estado de letargia.
“Digo, categoricamente, a Câmara de Vereadores de Ipiaú está de braços cruzados” ,
Cláudio Nascimento
O vereador informou que protocolou requerimento solicitando esclarecimentos ao presidente da Câmara, vereador San de Paulista, mas ainda não obteve resposta.
A Comissão de Saúde
“Digo, categoricamente, a Câmara de Vereadores de Ipiaú está de braços
cruzados”, sentencia Cláudio Nascimento, que exerce o seu primeiro mandato
eletivo e também é funcionário concursado dos quadros da Embasa.
Neste rol da paralisia, ele inclui dois vereadores da oposição, Lucas do Social e Simone Coutinho, ambos recém-filiados ao Democratas, de ACM Neto, e que são membros da Comissão de Saúde da Câmara. “Até agora, a Comissão de Saúde da Câmara não se posicionou e qual o papel dela neste processo”, reclama e questiona. “Eu queria ouvir essa comissão e saber”, reivindica.
San de Paulista
“A Câmara não pode ficar omissa num cenário tão importante quanto este. Não
estamos falando de vida alheia, estamos falando da coisa pública e a coisa
pública tem que ser bem transparente”,
protesta o vereador.
É exatamente no quesito transparência a principal queixa de Cláudio da Embasa do seu colega e presidente da Câmara, vereador Alessandro Moreira, o San de Paulista. “Como gestor, ele peca muito nas demandas e peca muito na transparência”, avalia, atribuindo uma nota 5 ao desempenho do presidente.
“Um presidente para ter aliados, ele precisa fazer certas arrumações”,
Cláudio Nascimento
Cláudio Emanoel Costa Nascimento entende que existe uma estrutura, historicamente, perversa dentro da Câmara, que se destina a manter a força da presidência da Câmara. “Um presidente para ter aliados, ele precisa fazer certas arrumações”, conjectura o vereador, que se fez virtualmente presente na bancada do Programa Visão, ancorado por Gil Pereira e Nailton Borges.
Aqui, foi só o começo, vale a apena assistir a integra da entrevista:
Rede 2D – Redação