PMs passam por treinamento para reconhecer solicitações de ajuda
Em menos de um mês, duas mulheres do Distrito Federal (DF) conseguiram ser resgatadas de situação de violência ligando para a polícia e fingindo pedir comida.
Na segunda-feira (18), uma jovem de 19 anos telefonou para o 190 e fingiu pedir um hambúrguer para denunciar um caso de estupro em Samambaia, cidade localizada a pouco mais de 25 quilômetros (km) do centro de Brasília.
A vítima contou que estava em cárcere privado e sofrendo violência sexual desde sábado (16). O acusado, um homem de 32 anos, que cumpria prisão domiciliar, foi detido em flagrante.
No fim de setembro, uma mulher que estava sendo ameaçada pelo marido com uma faca em Ceilândia, a 35 quilômetros da capital do país, também conseguiu ajuda da Policia Militar, fingindo pedir uma pizza. O homem foi preso.
Nos dois casos, os policiais perceberam os pedidos de socorro.
O chefe do Centro de Comunicação da Polícia Militar do DF, coronel Edvã, explicou que os PMs passam por treinamento para reconhecer essas solicitações de ajuda.
Ele disse que um atendimento como esse é feito em diversas etapas. O policial que atende a ligação passa a ocorrência para um agente que está na mesa de controle, e é ele quem aciona os profissionais que vão prestar o socorro.
“Você pode até ter um policial com perspicácia no atendimento, mas se você não tiver um policial também qualificado para entender aquela ocorrência e passar para a viatura, também dá problema”, conta Edvá.
O coronel, no entanto, alertou que em situações de risco é preciso cautela na hora de pedir ajuda: “[a vítima deve ficar] avaliando cada momento, vendo se dá pra poder agir, se dá pra mandar um recado, por um papel, pra qualquer pessoa que seja. O que é importante dizer é que a pessoa não deve reagir. Se ela foi tomada por um assalto, por um roubo, por um furto, se ela está numa situação de desvantagem e, principalmente, que a vida dela esteja em risco, ela não pode reagir.”
O telefone da Polícia Militar em todo o Brasil é o 190.
* Produção de Michelle Moreira
Edição: Sheily Noleto e Renata Batista
Agência Brasil