A PC cumpriu mandados de prisão e apreensão por violência doméstica, descumprimento de medidas protetivas e outros crimes
Na segunda fase da Operação Marias, as Delegacias da Mulher do Estado cumpriram mandados de prisão, além mandados de busca e apreensão domiciliar. Cento e noventa e sete homens foram presos por violência doméstica e outros crimes. As equipes da Polícia Civil também fiscalizaram o cumprimento de 338 medidas protetivas. A operação mobilizou cerca de 400 policiais nas 19 regionais da Polícia Civil.
A Polícia Civil de Goiás, em mais uma ação de combate à violência contra a mulher, efetuou a prisão de 197 pessoas, por crimes relacionados à Lei Maria da Penha. As detenções fazem parte da segunda fase da Operação Marias e ocorreram em apenas três dias, entre 25 e 27 de janeiro deste ano.
Além dos mandados de prisão, foi realizada também a fiscalização de 338 medidas protetivas, contra suspeitos de agressão. A ação contou com a participação de 19 regionais e mobilizou 398 policiais civis.
Segundo a delegada Paula Meotti, titular da 1ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Goiânia, diversos crimes foram combatidos durante a operação. Entre os alvos, estavam, inclusive, indivíduos já condenados. “Nesse número de mandados cumpridos, nós temos condenados, temos pessoas que descumpriram medidas protetivas de urgência, pessoas que praticaram crimes de estupro”, destacou.
O secretário de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), Rodney Miranda, falou sobre a dificuldade de muitas vezes combater os crimes de violência contra a mulher, já que, na maioria das vezes, os casos acontecem no ambiente familiar. “É um dos crimes mais difíceis de serem prevenidos, porque, em regra, ele é entre paredes, entre muros, e ele é também perpetrado por meio de abuso de confiança, ou seja, há uma relação entre vítima e o criminoso”, disse.
O titular da SSP-GO endossou a nova etapa da ação, que é uma resposta do Estado contra a violência doméstica e a impunidade. “Estaremos sempre empenhados em dar uma mensagem clara para esses covardes e é isso que essa Operação Marias ll, a exemplo da primeira fase, está mostrando. Não ficarão impunes as pessoas que cometerem esse tipo de crime. Essa foi mais uma demonstração firme, não só da Polícia Civil, mas do Estado, de que Goiás não é lugar de cometer crimes, principalmente crimes como esse”, pontuou
De acordo com o chefe da pasta de Segurança Pública, o combate das forças policiais contra esses crimes, tem colaborado para uma diminuição constante e frequente nos casos de violência doméstica. “Não tenho dúvida nenhuma de que a ação forte, o combate persistente das forças de segurança como um todo, estão trazendo redução e estão mais ainda mudando a concepção dessas pessoas que querem cometer esse tipo de crime”, frisou Rodney Miranda.
Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Odair José Soares, a expectativa é de que novas fases da ação possam ser deflagradas, com o intuito de erradicar a violência contra as mulheres no Estado. “Temos combatido diuturnamente esse tipo de violência através da Operação Marias l, agora a Marias ll. Provavelmente virá a 3ª, a 4ª e a 5ª. Quantas forem necessárias para continuarmos nesse foco, de combater a violência covarde contra a mulher”, ressaltou.
Queda dos indicadores
Dados do Observatório de Segurança Pública, da SSP-GO, mostraram que em 2020 diversas modalidades criminosas relacionadas à violência doméstica apresentaram redução. Quando comparados os números do último ano, com os de 2019, as ocorrências de estupro, por exemplo, caíram 23,62%. A redução também foi verificada nos registros de ameaça (-7,3%) e nos crimes contra a honra (injúria, calúnia e difamação), que diminuíram 4,9%.
De acordo com análise feita pela titular da Deam de Goiânia, delegada Paula Meotti, a redução dos crimes contra a honra e de ameaças, é fundamental para coibir crimes mais graves, como o feminicídio. Isso porque, segundo a delegada, essas modalidades criminosas que são consideradas menos graves, são as que dão início ao ciclo da violência. “É muito raro que a primeira agressão a essa mulher seja física ou um feminicídio. Quando a gente se depara com esses casos mais graves, é muito comum que tenha algum relato de ameaça, algum tipo de violência psicológica, moral, xingamento”, destacou.
“Então embora pareça uma diminuição de um crime que não é tão grave, se a gente fizer uma análise de como funciona o ciclo da violência, a gente pode perceber que essa diminuição de fato é representativa, porque talvez a gente esteja conseguindo diminuir esse ciclo da violência. Nós entendemos e por isso comemoramos esses números, porque sabemos que, de fato, vamos fazer a diferença na vida de muitas mulheres”, completou.
Operação Marias l
A primeira fase da Operação Marias foi deflagrada em novembro de 2019, em referência ao Dia Internacional pela Não Violência Contra a Mulher. Na ocasião, a Polícia Civil prendeu 80 suspeitos de agressão contra mulheres e feminicídios em Goiás e realizou 198 fiscalizações de medidas protetivas. Para a ação foram mobilizados 514 policiais e 292 viaturas em uma força-tarefa que envolveu todas as Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher (Deams) e delegacias regionais do Estado.
Para o delegado-geral da Polícia Civil, Odair José, o aumento de quase 100% das prisões, verificado na segunda fase da operação, está diretamente relacionada ao encorajamento trazido por ações como essa às mulheres que são vítimas de violência. “O fato mais relevante talvez seja a coragem das vítimas de procurar a Polícia. Cada vez mais um número maior de mulheres tem nos procurado para relatar essas situações e isso tem feito diferença”, enfatizou.
Secretaria de Estado de Segurança Pública – Governo de Goiás