"E já está trabalhando na adoção de todas as providências para a apuração e penalização dos responsáveis", informa comunicado da secção baiana da Ordem dos Advogados do Brasil
Ontem (13), a OAB da Bahia emitiu comunicado informando do seu posicionamento inicial sobre o episódio em que a advogada Yasmin Oliveira acusa de agressão o diretor comercial da empresa Amávia Cosméticos, Carlos Nunes.
De acordo com a advogada, na última quinta-feira (10) ela foi convidada a comparecer na fábrica da empresa, que fica no bairro de Portão, em Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador, para uma tentativa de fazer um acordo trabalhista para o desligamento do funcionário Rafael Batista, cliente dela.
Na nota, a OAB se solidariza com a advogada, repudia o gesto e já está tomando todas as providências para penalização dos responsáveis. "Iniciando pela intervenção na fase de inquérito, na condição de assistente",
informa a entidade representativa do advogados da Bahia. Veja abaixo a íntegra:
Na última sexta-feira (11/02), a Procuradoria Jurídica da OAB da Bahia recebeu da Comissão de Defesa das Prerrogativas o caso da advogada Yasmin Maria Silva Oliveira, agredida em pleno exercício de sua atuação profissional, e já está trabalhando na adoção de todas as providências para a apuração e penalização dos responsáveis, iniciando pela intervenção na fase de inquérito, na condição de assistente.
A estrutura da Procuradoria de Prerrogativas da OAB-BA, bem como das comissões de Defesa da Mulher e da Mulher Advogada, com o apoio do Conselho Consultivo da Jovem Advocacia, estão trabalhando de forma conjunta, para que as sanções cabíveis sejam aplicadas aos agressores.
Na quinta-feira (10/02), Yasmin foi atendida pelo Plantão de Prerrogativas da OAB-BA. Ela relatou que, ao chegar com seu cliente na empresa Amávia Cosméticos, localizada em Portão, Lauro de Freitas, para homologação de acordo trabalhista, ambos foram fisicamente agredidos pelo CEO da empresa, Carlos Nunes.
A OAB da Bahia repudia a covarde agressão à advogada Yasmin Oliveira e presta sua irrestrita solidariedade à profissional e à mulher.
O Sistema de Defesa de Prerrogativas da OAB-BA segue empenhado na defesa da colega Yasmin Oliveira e de toda a advocacia baiana.
O episódio
Confira a ocorrência, em matéria de ontem, extraída do portal BNEWS
Advogada e cliente acusam diretor da Amávia Cosméticos de agressão durante acordo trabalhista
O que seria uma tentativa de realizar mais um acordo trabalhista rotineiro, se tornou um pesadelo para a advogada Yasmin Oliveira. As marcas desse dia ficaram na memória e também estão estampadas no rosto da profissional que acusa o diretor comercial da empresa Amávia Cosméticos, Carlos Nunes, de agressão.
De acordo com a advogada, na última quinta-feira (10) ela foi convidada a comparecer na fábrica da empresa, que fica no bairro de Portão, em Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador, para uma tentativa de fazer um acordo trabalhista para o desligamento do funcionário Rafael Batista, cliente dela.
Entretanto, ao chegar no local, a profissional conta que ela e o cliente foram colocados em uma sala, sem acesso a porta e câmeras monitoramento. “Lá fomos espancados e ameaçados de morte pelo mesmo, e só conseguimos sair após escolta policial”, relata a advogada que fez o registro da ocorrência na 34ª Delegacia Territorial (DT/Portão).
No boletim de ocorrência, o qual o BNews teve acesso, diz que a advogada e o cliente chegaram na unidade policial acompanhados de uma guarnição da 52ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM).
Rafael Batista, por sua vez, compartilhou o caso em suas redes sociais. Em um vídeo publicado no Instagram, ele relata que abriu mão de diversos direitos trabalhistas e se sujeitou a inúmeras situações de assédio.
“Trabalhei cerca de 1 ano numa empresa onde me dediquei arduamente. Dava pra ver pelas postagens e publicações que fiz por aqui como eu me dedicava. Abri mão de inúmeros direitos trabalhistas e fui me sujeitando a diversas situações de assédio, algumas sutis e outras nem tanto, decidi que ia parar com aquele processo de adoecimento e fui em busca do fim dessa relação tóxica de trabalho”, conta Rafael que acusou a Amávia Cosméticos de não realizar pagamentos de benefícios como hora extra.
“Sofri violência física, agressão, muitos murros do sócio-diretor e fundador da empresa em que trabalhava enquanto tentava um acordo trabalhista. Sofri diversas agressões, xingamentos, murros na cabeça e braços, me defendi em posição fetal, ao chão, sem entender o que acontecia. Eu apanhei porque fui atrás dos meus direitos trabalhistas. Ele agrediu minha advogada no rosto com um murro”, afirma o jovem.
O relato:
A ex vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil seção Bahia (OAB-BA), Ana Patrícia Dantas, que também concorreu à presidência da associação no ano passado, repudiou a situação em suas redes sociais.
“Vamos juntos em mais essa luta e, desde já, exigimos o afastamento do agressor Carlos Nunes, porque se séria for a Amávia Cosméticos, essa há de ser a sua primeira, embora tardia, ação. Uma empresa que vende o sonho da valorização feminina não pode pactuar, nem silenciar com tamanha violência contra mulher”, escreveu a advogada.
Publicado em 13/02/2022, às 19h54 -
BNEWS