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ISTO É INCRÍVEL: num piscar de olhos, a diferença de ACM Neto para Jerônimo despencou de 50 para 7 pontos

São muitos distantes e inconciliáveis os números das mais recentes pesquisas eleitorais para o Governo da Bahia. Causam, no mínimo, o máximo de estranheza, opina a 2D

Tem instituto de pesquisa candidato a profeta. "AtlasIntel indica nova virada histórica nas eleições da Bahia", diz o título de uma matéria do Jornal A Tarde, sobre levantamento estatístico contratado a este AtlasIntel, aferindo a tendência de voto na corrida pelo Governo da Bahia.

Os dados contrastam, em linhas diametralmente opostas, com levantamento do Genial/Quaest e aponta uma queda livre, brusca e repentina do pré-candidato ACM Neto (União Brasil), de 61% para 39,7% das intenções de voto.

Isto é incrível. Jerônimo Rodrigues (PT), por outro lado, pegou uma catapulta e deu um salto recordista de 11% para 32,6%. Com isso, a distância entre os dois, que era de 50 pontos, caiu fulminantemente para 7,1%.

"Foram entrevistadas 1.140 pessoas - face a face - entre os dias 9 e 12 de julho", informa o Genial/Quaest. “A pesquisa ouviu 1.683 pessoas na Bahia, entre  8 e 14 de julho, com coleta via recrutamento digital aleatório (Atlas RDR)", aponta, por sua vez AtlasIntel.

Cada um com a sua metodologia. Um, perguntou face a face. O outro, coletou opinião pelas vias digitais. Número de entrevistas e períodos de coleta também diferentes, embora próximos.

Mas são díspares e inconciliáveis os números das duas empresas de medição estatística. Algo jamais visto e registrado no histórico brasileiro das pesquisas eleitorais. Causa, no mínimo, muita estranheza. Os números de uma acabam por colocar sob suspeita as conclusões da outra.

Neto e Jerônimo: próximos ou distantes?

Bem diferente de 2006
O entusiasmado título da matéria diz "nova virada histórica", talvez, traçando um paralelo com as eleições de 2006.

Mas naquele 2006 foi sem profecia, quando Jaques Wagner (PT) surpreendeu, venceu Paulo Souto (PFL) e tirou dele o direito de permanecer por mais quatro anos sentado na cadeira de Governador da Bahia.

Até o pipocar das urnas, nenhum instituto de pesquisa arriscou praticar a futurologia e dizer que o pleito sofreria uma reviravolta. A distância entre os dois não era de 50 pontos e não chegou a este patamar em nenhuma das pesquisas divulgadas no período, como agora apontou o Genial/Quaest.

"Na terça-feira passada, o petista aparecia em uma pesquisa do Ibope com 31% das intenções de voto, contra 48% de Paulo Souto, que seria eleito no primeiro turno, de acordo com o levantamento", informava um portal UOL, em matéria de 1º de outubro daquele ano.

O resultado deu 52,89% dos votos válidos para Wagner, que venceu no primeiro turno, enquanto Paulo Souto recebeu 43,03% dos votos dos eleitores baianos.

As circunstâncias e o tempo histórico eram também diametralmente opostos. Jaques Wagner era a alternativa contra um carlismo em desidratação que, soberbamente, entendia-se imbatível e perpétuo.

Wagner ainda contou com os empurrões da elevada popularidade e aprovação do Governo do seu companheiro Lula (2003 a 2010), que atravessava o melhor tempo de seus oito anos no Palácio do Planalto.

Antônio Carlos Magalhães, o avô, dava as cartas no jogo político da Bahia desde 1990, quando chegou ao Governo pela terceira vez e havia feito todos os sucessores deste então. Foram 16 anos ininterruptos de exercício de um poder que, implacavelmente, corrói e desgasta.

Hoje, é a companheirada vermelha que está há 16 anos no comando. O Neto de ACM vem de uma coleção de três vitórias consecutivas e folgadas nas eleições municipais em Salvador, fazendo de seus feitos na capital baiana sua principal vitrine eleitoral.

Sobre a influência de Lula no pleito deste ano, bem analisou o ex-deputado federal Jutahy Júnior: “Mesmo sabendo que Jerônimo crescerá com o apoio de Lula o ponto indicial do candidato é muito baixo. É inegável que Lula é o fermento para o candidato do PT, mas para funcionar (o fermento) tem que ter massa”, avaliou o também ex-ministro da Ação Social, em fala para o site Política Livre.

Se há algo que se pode profetizar sobre o resultado das urnas em 2 de outubro, é que uma pesquisa de opinião terá a certificação de que cometeu um grave erro metodológico, para não chamar de fraude contra a opinião pública.

A pesquisa da Genial/Quaest foi registrada na Justiça Eleitoral sob os números BR-03146/2022 e BA-05185/2022.

Está registrada junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número 02664/2022, a Pesquisa do AtlasIntel.

Confira as duas pesquisas:

2D

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