Adailton e Geciane Maturino são alvo da Operação Immobilis, mas já estão presos em Brasília, porque alcançados pelo Operação Faroeste, de 2019, que apura venda de sentenças judiciais na Bahia
O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) decretou a prisão preventiva do casal Adailton Maturino dos Santos e Geciane Souza Maturino dos Santos, nesta segunda-feira (17), após o Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciar seis pessoas. A dupla é investigada na Operação Immobilis, deflagrada em 2016, que combate fraudes em transações imobiliárias.
A solicitação foi tomada pelo juiz Álvaro Marques de Freitas Filho, na última terça-feira (11), e publicada na sexta (14) no site do TJ-BA.
Segundo o MP-BA, Adailton e Geciane Maturino já estão presos em Brasília por causa de outra operação, a Faroeste, de 2019, que apura venda de sentenças judiciais na Bahia.
De acordo com a decisão do TJ-BA, foi apontada pelo MP-BA a prática de diversos casos de estelionatos imobiliários, supostamente cometidos pelo grupo criminoso, a exemplo da venda para uma das vítimas de um imóvel hipotecado, o qual fora objeto de cancelamento da anotação de forma fraudulenta, pelo valor de R$ 210.157,02, sendo que o mesmo estaria avaliado em R$ 899.035,61.
Segundo o MP-BA, em valores atualizados, a movimentação financeira pelos denunciados atinge a marca de R$ 2,2 milhões.
Por causa disso, a Justiça determinou também o bloqueio dos valores e bens, até o limite de R$ 2,2 milhões, em nome de Adailton Maturino dos Santos, Geciane Souza Maturino dos Santos, Cícero Rodrigues Ferreira Silva, Emanuela Moraes Lopes e Neivson Fernandes Barreto.
Outra fraude apontada pelo MP-BA, refere-se à substituição de um imóvel que figurava como garantia em um processo judicial da Comarca de Gilbués, no Piauí, por letras hipotecárias de uma instituição bancária, que foram anunciadas como equivalentes ao valor de R$2.551.747,80.
Ainda segundo o MP-BA, a denúncia apontou a influência que Adailton e Geciane Maturino teriam no Judiciário, se aproveitando do falso título consular e do falso prestígio com a nação estrangeira de Guiné-Bissau, para estabelecerem contato com membros do Poder Judiciário, o que facilitaria suas atuações nas fraudes que se estendem por, no mínimo, sete anos.
No dia 22 de abril, seis pessoas investigadas nesta operação foram denunciadas pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco).
O MP-BA havia também requerido a prisão preventiva do casal Adailton Maturino dos Santos e Geciane Souza Maturino dos Santos, que segundo o órgão, eram articuladores de processos fraudulentos e têm envolvimento na organização criminosa.
Rede2D - Redação
Com G1 Bahia
Ascom MPE -BA