Após 6 anos, Estaleiro Enseada Paraguaçu, complexo naval, portuário e industrial, localizado em Maragojipe, retoma atividades econômicas
O setor naval baiano começa a ensaiar uma estratégica retomada econômica, após seis anos em estado de suspensão, de quase cancelamento, com milhares de empregos perdidos, o que provocou, à época, um desastre financeiro sem precedentes na economia local e na renda das famílias. Nesta sexta-feira (31), o Estaleiro Enseada Paraguaçu, complexo naval, portuário e industrial, localizado em Maragojipe, no Recôncavo baiano, deu início à primeira operação de exportação de minério de ferro do terminal. O navio Star Athena atracou no terminal do estaleiro para o primeiro embarque de minério de ferro oriundo da Brazil Iron, que produz no município de Piatã.
Assim, o Estaleiro Enseada, começa a operação do terminal especializado em exportação de minério e dá início as operações logísticas da empresa, que se constituirão em uma das principais linhas de trabalho.
O renascimento das operações do estaleiro tem o apoio do governo do Estado. Segundo o Secretário de Infraestrutura, Marcus Cavalcanti, o governo fez gestões no sentido de retomar os investimentos em uma região que estava economicamente prejudicada após o encerramento das atividades do estaleiro que chegou a ter quase 7 mil pessoas empregadas e gerou uma série de atividades na região.
“É muito importante para a Bahia que o Estaleiro Enseada passe a atuar como terminal portuário, constituindo-se em mais uma alternativa para a exportação de minérios, uma área em que a Bahia tem enorme potencial. Além disso, a retomada das operações era um objetivo do governo do Estado para recuperar os negócios em uma área que estava sofrendo economicamente com a paralisação de alguns projetos da empresa”, disse o secretário.
Cavalcanti lembrou os investimentos em infraestrutura feitos pelo governo na região, com destaque para a ponte sobre o rio Baetantã, inaugurada pelo governador Rui Costa recentemente, com 525 metros de extensão, ligando São Roque do Paraguaçu ao Estaleiro Enseada.
“O estaleiro volta a operar em uma região que teve sua infraestrutura reforçada, no sentido da logística, pelos investimentos do governo Rui Costa e está pronta para dar suporte a uma baía, que tem um potencial enorme de geração de emprego”, completou o secretário.
Navios porta-contêineres
No auge da produção, o Estaleiro Enseada, que chegou a empregar quase 7 mil pessoas em Maragogipe. No início de julho, a empresa naval Petrocity Portos S.A, anunciou que firmou parceria com o Estaleiro Enseada para a construção de dois navios porta-contêineres, com financiamento no valor de 340 milhões, aprovado pelo Fundo Nacional de Marinha Mercante.
Em 2019, o consórcio Villegagnon, formado pela Naval Group, Mectron apresentou uma proposta de reativação do Estaleiro Enseada Paraguaçu, em reunião no Senai Cimatec, em Salvador. O consórcio participou de licitação lançada pela Marinha.
Após a crise financeira trazida pela maré da Operação Lava Jato, entre 2014 e 2015, o canteiro da Enseada se tornou terra devastada, um desolado vazio de 1,6 milhão de metros quadrados.
Bahia.Ba – Arivaldo Silva