Sexta-feira, Novembro 22, 2024
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O Doce Mel vai, heroicamente, se mantendo na primeira divisão

Ontem (16) a equipe, mesmo perdendo, garantiu sua vaga na turma de elite do futebol baiano

De novo, foi sufoco. De novo, o fantasma da degola assombrou o Doce Mel Esporte Clube até os derradeiros instantes do campeonato.

Ontem (16), a equipe, mesmo perdendo por 2 a 1 para o Barcelona de Ilhéus, na última e decisiva rodada da fase classificatória do Campeonato Baiano deste ano, conseguiu não ser rebaixada. Ficou no limbo, na oitava posição, com sete pontos.

A mesma numeração que Vitória da Conquista e Unirb, rebaixados, ocupando a nona e a décima posição da peleja, respectivamente. O Doce Mel teve um saldo negativo de gols menor que os dois, levando a melhor no critério de desempate.

No campeonato do ano passado somou 10 pontos e um nono lugar. Safou-se porque só caia uma equipe, que foi Fluminense de Feira, à época. Em 2020, na sua primeira participação na elite do futebol baiano, o mesmo nono lugar na tabela.

O técnico Sérgio Araújo comandou a equipe a partir da terceira partida

Mas uma trajetória heroica, um feito extraordinário, por incrível que possa parecer, dadas as circunstâncias e condições, em que o time, arregimentado pelas Indústrias Doce Mel, consegue entrar nas quatro linhas.

Começa pela juventude do projeto. Renasceu lá em 2019, quando logo abocanhou a taça de Campeão Baiano da Segunda Divisão e foi catapultado a elite. A criança, portanto, está completando apenas quatro anos de vida.

Mas a maior e estrutural dificuldade é o fato de disputar apenas uma competição profissional, é uma equipe sazonal. Encerrada a edição da vez do campeonato, o time profissional masculino vai à hibernação, sofre um inevitável desmonte. Porque, partida oficial, novos episódios, só no próximo ano.

Ciclicamente, assim vem acontecendo.  Normalmente, no final de março é desfeita a equipe para, em novembro, se formar todo um novo time e comissão técnica, tendo em vista a disputa da peleja seguinte do baianão, em que a bola costuma rolar em janeiro ou fevereiro do ano de seguinte.

Foi assim desde a disputa da segunda divisão em 2019. Invariavelmente, a diretoria do clube se viu obrigada consertar o avião em pleno voo. Jamais foi mantida a mesma composição de jogadores e comissão técnica, participantes da pré-temporada, durante a temporada.

Neste 2022, por exemplo, o técnico Beto Oliveira só conseguiu comandar o time por dois jogos, sendo substituído pelo atual Sérgio Araújo. Jogadores se foram, novos jogadores chegaram, no correr da guerra.

Alipinho: o idealizador e fundador.

Na prática, o Doce Mel Esporte Clube é vítima da imobilidade histórica do futebol brasileiro. Onde times ditos grandes sempre foram grandes. E os pequenos sempre foram pequenos.

Estes pequenos até experimentam um glamour periódico, como uma grande conquista aqui e outra acolá, mas logo retornam planície original. Por que não lembrar dos casos de São Caetano, Novo Horizontino, Juventude de Caxias do Sul, Bragantino e Paulista de Jundiaí?

E os grandes até amargam crises avassaladoras, turbulências prolongadas, como vem acontecendo com os vexames sucessivos de Bahia e Vitória, que estão, pela primeira vez, fora do quadrangular final do baianão. E, no cenário nacional, vem em queda livre. O Vitória está time da terceira divisão.

Este ano, Jacuipense, Bahia de Feira, Atlético de Alagoinhas e Barcelona de Ilhéus chegaram ao quadrangular final. Mas vivem realidade distintas, comparativamente ao Doce Mel. São de praças esportivas maiores, consideravelmente maiores ou já estão na estrada faz muito tempo. Ainda são favorecidos pelo pouco interesse da dupla BA-VI, que priorizam os certames nacionais.

Toda honra ao mérito a equipe de Ipiaú, que manda seus jogos em Cruz das Almas. São quatro heroicas campanhas, que muito bem lembram as corridas com obstáculos do atletismo.

2D

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