“O clube de futebol em si só é impactado com variações cambiais no aspecto de compra e venda de jogadores. Como somos um mercado exportador líquido, a desvalorização do real acaba tornando o produto brasileiro mais barato no exterior”, explicou Fernando.
“Clubes que venderão atletas ou que venderam e tem valores a receber, terão benefício pois receberão mais reais pelos mesmos euros. Em contrapartida, quem tem valores a pagar em euros, normalmente pela contratação de atletas do exterior, serão negativamente afetados, pois os valores a pagar ou de investimento serão maiores.”, completou Cesar.
“Em alguns casos há remuneração de treinadores e atletas em dólar ou euro, e esses ficarão mais elevados quando convertidos pelas taxas mais elevadas que as vistas no início do ano”, seguiu o executivo da Itáu BBA.
“Em todas as outras contas, nós não temos insumos dolarizados (relacionados ao dólar) nos clubes de futebol, então todas as linhas de receita – patrocínio, sócio-torcedor, bilheteria, licenciamento, transmissão – não tendem a ter impacto”, concluiu Fernando.
Relação com o coronavírus
Para o fundador da Pluri Consultoria, a desvalorização do real pode ajudar os clubes em meio à pandemia do coronavírus. Como as vendas serão mais lucrativas para os clubes nesta próxima janela, os negócios poderiam ajudar no equilíbrio das contas em momento de queda de receita.
“A gente espera uma queda de receita por conta da pandemia, que pode ser aliviada por essa mega desvalorização do real, que torna o jogador brasileiro mais barato”, disse Fernando.
“Mas o contexto também torna o jogador mexicano mais barato, o argentino, porque a desvalorização das moedas dos emergentes frente ao dólar e ao euro é generalizada; só no caso do real é mais aguda que as outras, mas todo mundo está tendo desvalorização do moeda”, alertou.
Fonte: Gazeta Esportiva