“Nós nunca pedimos dinheiro, só pedimos estádio para sediar os jogos”, pontua Alipinho
O passaporte em direção a cidade de Cruz das Almas é o último episódio de uma relação de histórico desprezo dos gestores públicos de Ipiaú com o Doce Mel Esporte Clube.
Ela recua a 2008, como resgatou o empresário Alipinho Oliveira, em coletiva de imprensa, realizada hoje (9), o último ano da gestão de José Andrade Mendonça, como prefeito de Ipiaú. Ele administrou a cidade de 2001 até 2008.
“O então prefeito José Andrade Mendonça não cedeu o estádio. Nós até procuramos a secretária Sandra Lemos e entregamos a ela os requisitos para participar da competição. E, para a nossa surpresa, Zé Mendonça foi a rádio Educadora e fez uma mesa redonda, dando entender que eu tinha feito pedidos de coisas para o Clube”, relata Alipinho.
Enfático, o ex-prefeito disse que não deixaria de investir na seleção de Ipiaú para investir no Doce Mel. A Cidade Sol foi o destino do time, para disputar a Série B do Campeonato Baiano de Futebol, daquele ano de 2008.
“Deraldino fez ainda pior”, lembra Alipinho. De acordo com o empresário, o médico Deraldino Araújo, que administrou Ipiaú de 2009 até 2016, foi até a Federação Baiana de Futebol e posou para foto ao lado do presidente da entidade, à época, e com direito a holofote da imprensa, assegurou que promoveria no Estádio Pedro Caetano as adequações necessárias, para que o Doce Mel mandasse seus jogos. Isso foi em 2010 e tudo ficou na promessa, Deraldino nada fez.
Essa segunda decepção levou o time a desistir de insistir nas competições profissionais. Mas seguiu com o projeto social destinado ao futebol infantil, que é financiado pelas Indústrias Doce Mel.
Até que em 2018, conta Alipinho, ele foi procurado por diretores do Clube, informando que a Prefeitura de Ipiaú estava disposta a, finalmente, fazer as adequações no Estádio para que, assim, o time pudesse jogar no Pedro Caetano pelo Campeonato Baiano da Série B.
Com essa garantia, o empresário conta que Clube pagou cifras que se aproximam dos R$ 200 mil, para se regularizar junto a Federação e confirmar a participação da equipe na edição do 2019, da Série B baiana.
Agora, custou mas aconteceu. O time chegou a jogar sua primeira partida da peleja 2019 em Jequié, mas pode sediar quase que todos os jogos em que foi mandante no Pedro Caetano.
Campeão da Série B
Em 19 de maio de 2019, o Doce Mel Esporte Clube sagrou-se campeão da Serie B do Campeonato, foi elevado à divisão de elite e trouxe para os domínios de Ipiaú o mais importante feito da história do esporte na cidade.
Um clima de unânime euforia tomou conta da cidade. Na ALBA, Assembleia Legislativa da Bahia – o deputado Eduardo Salles (PP) dedicou moção de aplauso ao empresário Alipinho Oliveira, idealizador e mantenedor da equipe. Em Ipiaú, prefeita e sua base parlamentar saudavam entusiasticamente o azulão de Ipiaú e faziam juras de amor ao time. Com direito a pontapé inicial, da Prefeita Maria das Graças Mendonça (PP), em uma das partidas do time.
O Governador Rui Costa aterrissou no Pedro Caetano para assegurar todo o esforço para a reforma do Estádio para que, já na peleja 2020, a torcida ipiauense pudesse acompanhar o seu time dentro de casa. Para Série A, novas adequações seriam necessárias.
Em 1º de março do ano passado, um puxadinho de reforma serviu ainda para abrigar a disputa contra o Vitória da Conquista no Pedro Caetano, num empate sem gols.
Veio à pandemia e as eleições municipais. O campeonato foi interrompido e, ao que parece, as obras também. O que era para ser já em 2020, não vai dar nem para 2021 e, por consequência, nem para 2022, 2023 e 2024. Pelos próximos 4 anos, o Clube de Ipiaú tem a cidade de Cruz das Almas como sua casa.
Saiba, exatamente, as razões, nas palavras do empresário Alipinho Oliveira – ASSISTA:
Rede2D – Redação