O cantor Zeca Pagodinho afirmou na madrugada deste domingo (24) que os brasileiros têm que se manifestar para que o país não continue “do jeito que está”. “Eu não quero ir embora daqui, mas, do jeito que está, eu penso em ir embora”, disse no intervalo de seu show no Camarote Bar Brahma, no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo.
O cantor elogiou o Carnaval de São Paulo, mas admitiu ter saudades do Rio de Janeiro. “São Paulo é uma alegria, uma beleza, sempre foi. Eu estreei aqui na Casa Verde, aqui que o meu nome explodiu”, relembra. Durante sua apresentação na capital paulista, o cantor ganhou uma calcinha que foi lançada da plateia em direção ao palco. “Achei que fosse um sutiã”, afirmou no camarim, depois de dizer que é comum esse tipo de arremesso nos seus shows.
Questionado sobre as manifestações de foliões na arquibancada e no camarote da Sapucaí, no Rio —que pediam “fora, Bolsonaro” e xingavam o ex-presidente Lula (PT), respectivamente—, Zeca disse não ter tomado conhecimento do episódio. Mas afirmou que cada um deve escolher como usar o Carnaval.
“Eu uso o Carnaval para brincar, cantar, beber. Cada um tem um jeito de curtir”, disse. Em março deste ano, Zeca se reuniu com Lula e um grupo de artistas no Rio de Janeiro. Na ocasião, foram entoados gritos de “olê, olê, olê, olá, Lula, Lula”.
Recentemente, em entrevista ao F5, ele afirmou que só se encontra com o petista em época de eleição. “Ele me ligou quando meu pai morreu, ligou de novo no meu aniversário”, disse.
Ele negou telefonar por conta própria para o ex-mandatário. “Eu não tenho o número dele. Também não tenho muito o que falar com ele, a gente gosta de tomar cerveja junto. O Lula ainda não foi ao meu bar, mas disse que quer ir”, afirmou.
Martha Alves / Folhapress