João Paulo Rodrigues, coordenador do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), disse que a insatisfação dos integrantes do movimento com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “é grande”
A empresa pública, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), é a responsável pela execução do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) no âmbito federal.
Em entrevista ao Painel da Folha de S. Paulo, o membro da coordenação nacional do MST João Paulo Rodrigues aponta que a demanda do movimento era que o gasto anual fosse de R$ 1,1 bilhão, mas apenas R$ 250 milhões foram autorizados no início do ano.
O PAA fornece alimentação para cesta básica, ações de caridade, asilos, hospitais e diversos serviços públicos. “Até agora o governo não comprou um quilo de alimento da agricultura familiar dentro do PAA As famílias se preparam para isso, plantam com essa expectativa. A insatisfação é grande”, disse Rodrigues em entrevista.
Reforma Agrária
A insatisfação do MST em quase 10 meses de terceiro mandato do presidente Lula passa também pelo ritmo dos assentamentos de famílias. Até o momento nada foi feito. O dirigente do MST explica que que a demanda do movimento era de 50 mil para este ano, a um custo de R$2,85 bilhões.
“Minha preocupação é que em algum momento as famílias comecem a fazer uma reclamação nacional, indo para a estrada, parando rodovias, por exemplo. Não está prevista no momento uma jornada de ocupações, mas já há uma reclamação de que precisaremos de cinco mandatos do Lula para concluir o processo de reforma agrária”, afirma.
Rodrigues diz que tem conversado com membros do governo e sugeriu a criação de uma espécie de força-tarefa da reforma agrária. Até agora, diz que não recebeu resposta.
Com informações de O Tempo e Poder360