Presidente do Sindimed diz que Governo da Bahia precariza trabalho dos médicos
“A precarização continua que tem ocorrido na Bahia, dos vínculos de trabalho dos médicos, por pessoas jurídicas, através de OS, faz com que se crie uma situação de calamidade”, lamenta a médica Ana Rita de Luna Freire Peixoto, presidente do Sindicato dos Médicos da Bahia – Sindimed.
Organização social (OS) é um tipo de associação privada, com personalidade jurídica, sem fins lucrativos, que recebe subvenção do Estado para prestar serviços de relevante interesse público, como, por exemplo, a saúde pública. Reside ai a bronca.
Segundo a líder sindical, a Sesab – Secretaria de Estado da Saúde da Bahia -, tarda a repassar os recursos para essas “OS” e elas tem tardado em pagar os salários da classe médica.
Diego Cruz, médico que atende na UPA – Unidade de Pronto Atendimento – do Cabula em Salvador, contou em depoimento para uma reportagem da TV Bahia, que os atrasos chegaram a 90 dias.
Mas Ana Rita assegura que, apesar dos atrasos, a população não tem deixado de ser assistida pela categoria. “Regularizem os pagamentos, porque os médicos já não aguentam”, apela a presidente.
Outros problemas
Ana Rita ainda diz que, no começo da pandemia, faltaram EPI´s – Equipamento de Proteção Individual. Segundo ela, os médicos tem enfrentado carga horária excessiva, adoecimentos e até mortes. “Pressões indevidas por parte de gestores, obrigando médicos a mudarem sua situação contratual, até mesmo aqueles que já eram contratados sob o regime CLT e atrasos de pagamentos colocam a categoria em situação delicada”, queixa-se a presidente.
Em recente reunião com a secretária de Saúde do Estado da Bahi em exercício, Tereza Paim, o sindicato apresentou sua pauta de reivindicações:
1) Abertura de novos leitos hospitalares; 2) Contratos por CLT, até que haja concurso público, para evitar precarização aos médico; 2.1) Todos novos postos serão ofertados com vínculos CLT; 2.2) Nenhum dos postos existentes será precarizado de CLT para PJ; 2.3) Todos os postos atuais em PJ terão a possibilidade de serem contratados em CLT; 3) Capacitação de médicos emergencistas para habilitá-los a Intensivistas; 4) Acolhimento dos médicos que estão na linha de frente.
Rede2D – Redação