Vinte e um dias depois do primeiro caso confirmado da Covid-19 na Bahia, o terceiro maior município do estado segue sem nenhuma confirmação de contaminação pela doença. O Bahia Notícias conversou com Edvaldo Ferreira Jr., chefe do Gabinete Civil e integrante do Comitê de Gestão de Crise da prefeitura de Vitória da Conquista, para investigar os motivos do sucesso conquistense no combate ao novo coronavírus.
Edvaldo revelou que, logo após a confirmação do primeiro caso baiano, no dia 6 de março em Feira de Santana, a prefeitura de Conquista começou a se mobilizar para estudar e orientar seus profissionais acerca da chegada do novo coronavírus. Naquele momento, o município tinha quatro suspeitos de contaminação pela Covid-19, mas todos foram descartados após exames.
Quando a Bahia chegou ao décimo caso, com o primeiro em Porto Seguro dia 16 de março, as medidas foram se endurecendo e chegaram à recomendação de isolamento social, com suspensão das aulas no município. “Logo de início, quando houve a possibilidade do surto, nós baixamos um decreto suspendendo as aulas na cidade, tanto na rede pública quanto na particular”, disse o chefe do Gabinete Civil.
“Logo em seguida, tomamos medidas de higienização, principalmente em relação ao terminal de ônibus da cidade. Estamos, diariamente, lavando todo o terminal. A partir daí, baixamos outro decreto, recomendando às empresas de ônibus que só levem pessoas sentadas nos veículos, para diminuir a aglomeração de pessoas no transporte público”, contou.
Prefeitura decidiu pela higienização diária do transporte público (Foto: Divulgação)
No dia 20 de março, a prefeitura criou o Comitê de Gestão de Crise, o qual Edvaldo Ferreira Jr. integra, especialmente para o enfrentamento da pandemia da Covid-19. A partir daí, as medidas se intensificaram. Vitória da Conquista não esperou a confirmação do seu primeiro caso de contaminação pelo novo coronavírus e decidiu, no último domingo (22), fechar todos os seus estabelecimentos comerciais considerados não essenciais. “Nesse decreto, de fechamento, permitimos alguns serviços essenciais, relacionados à saúde e tantos outros”, disse.
Entretanto, a prevalência das normas federais sobre as municipais obrigou a prefeitura de Conquista a fazer adaptações. “Ontem, publicamos um novo decreto acrescentando outros serviços essenciais, em alinhamento ao decreto federal. Lojas de material de construção, hotéis e pousadas, concessionárias de veículos, oficinas mecânicas, borracharias”, revelou. A flexibilização visa também não impedir a chegada de alimentos e outros produtos essenciais.
No momento, Conquista tem 36 casos aguardando resultado de exames e outros 47 aguardando coleta. Dos 35 casos suspeitos já testados, todos deram negativo. Se especialistas em saúde têm dito que, para vencer o vírus, é preciso se antecipar a ele e tomar medidas antes que a doença comece a se espalhar, os conquistenses seguiram à risca.
Fonte: Bahia Notícias