A vítima do rapto é peça chave da Operação Alcateia, em que policiais militares foram presos, sob a acusação de integrarem uma organização criminosa
O Ministério Público do Estado da Bahia, por meio do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em conjunto com a Força Tarefa de combate a crimes praticados por policiais civis e militares, da Corregedoria da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP/BA), deflagrou a “Operação Cáfila”, na manhã desta quarta-feira (28), no Município de Paulo Afonso, Conde e Boca da Mata, em Alagoas.
Foi dado início ao cumprimento de três mandados de prisão temporária e cumpridos oito de buscas e apreensão. Um suspeito foi preso e dois alvos ainda estão foragidos, dentre eles um oficial da PM.
O objetivo da operação foi apurar indícios da prática de rapto e possível homicídio de Alex Cirino Barbosa, que foi raptado no dia 07 de abril de 2021, por volta das 19h45min, na cidade de Paulo Afonso, e ainda se encontra desaparecido, sem qualquer sinal de que ainda esteja com vida.
A vítima é uma das principais testemunhas da Operação Alcateia, deflagrada no dia 29 de outubro de 2020, em que diversos policiais militares foram presos, sob a acusação de integrarem uma organização criminosa voltada para prática de diversos crimes de homicídio, tráfico de drogas, organização criminosa, além de outros delitos típicos de atividade de milícia, como tortura e extorsão.
O sequestro foi filmado por câmeras de segurança instaladas na rua, que mostram exatamente o momento em que a vítima é abordada, imobilizada, e colocada dentro do veículo utilizado pelos agressores. As imagens possibilitaram a identificação de uma caminhonete, que já havia sido vista na cidade em poder do oficial da PM.
As evidências revelam que se trata de uma tentativa de intimidar testemunhas e embaraçar a ação penal resultado da operação Alcateia, que se encontra em curso no Juízo Criminal de Paulo Afonso, e cuja audiência de instrução teve início na data de ontem.
Um dos alvos hoje é irmão de um dos policiais que ainda se encontra preso, o que reforça a tese de que o crime teria sido cometido para impedir a oitiva da testemunha.
Com base nesses indícios, foi deferido pela Vara 1ª Vara Crime da Comarca de Paulo Afonso o pedido de prisões temporária de um oficial da polícia militar e mais dois envolvidos, além de buscas e apreensões em endereços residenciais dos investigados e batalhões da Polícia Militar de Paulo Afonso e Conde.
Redator: Gabriel Pinheiro (DRT-BA2233)
Ascom Ministério Publico da Bahia