A taxa média de deseprego de 2020 apresentou alta em 19 estados e no Distrito Federal, batendo o recorde da história do país. Os dados foram apresentados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).
De acordo com o órgão, em um intervalo de um ano, a população ocupada reduziu 7,3 milhões de pessoas no país, chegando ao menor número da série anual (86,1 milhões). Na Bahia, a taxa de desocupação do 4º trimestre de 2020 na Bahia ficou em 20,0% um pouco menor que a verificada no 3º trimestre (20,7%), porém significativamente acima da registrada no 4º trimestre de 2019 (16,4%).
Empatada com a de Alagoas (20,0%), a taxa de desocupação baiana manteve-se como a maior do país pelo sexto trimestre consecutivo e ficou bem acima do indicador nacional (13,9%). Assim, no ano de 2020, a taxa média de desocupação no estado ficou em 19,8%, superior à de 2019 (17,2%), a maior do Brasil e um novo recorde negativo para a Bahia na série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012.
A última vez que a Bahia havia fechado um ano com a maior taxa de desocupação do país havia sido em 2016 (15,9%).
O número de pessoas trabalhando, fosse em ocupações formais ou informais (população ocupada), chegou ao seu mais baixo patamar desde 2012: 5,159 milhões. Isso representou uma baixa de 626 mil pessoas ocupadas, o que representa uma queda de 10,8%.
Por outro lado, o número de pessoas que não estavam trabalhando e procuraram trabalho no estado (população desocupada) atingiu seu pico, chegando a 1,272 milhão de desocupados, em média, em 2020: 70 mil a mais do que em 2019 (+5,8%).
Trabalho informal
A perda de trabalho, entre 2019 e 2020, na Bahia, afetou de forma muito mais intensa os informais. De acordo com os dados do IBGE, este grupo, que representava 54,7% dos trabalhadores baianos em 2019, reduziu cerca de 16,3%, o que representa 515 mil trabalhadores, entre os anos.
São considerados informais os empregados que não têm carteira assinada (inclusive trabalhadores domésticos e trabalhadores do setor público), os trabalhadores autônomos (por conta própria) ou empregadores sem CNPJ e as pessoas que trabalham como auxiliares em algum negócio familiar.
Em números absolutos, os mais atingidos foram os empregados no setor privado sem carteira assinada, que passaram de 1,077 milhão em 2019 para 834 mil em 2020 (-244 mil ou – 22,6%). Em termos percentuais, porém, a maior queda ocorreu entre os trabalhadores domésticos, que passaram de 408 mil para 300 mil em um ano (-108 mil ou -26,5%).
O emprego com carteira assinada também recuou na Bahia, no ano passado, chegando a seu menor patamar desde 2012, com 1,327 milhão de empregados no setor privado nessa condição, 134 mil a menos do que em 2019 (-9,2%).
De 2019 para 2020, apenas o setor público teve saldo positivo na ocupação, na Bahia, com o grupo dos servidores estatutários e militares crescendo 7,8% (de 465 mil para 501 mil pessoas) e os empregados sem carteira no setor público se ampliando 6,2% (de 229 mil para 243 mil pessoas).
A Tarde Online