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Clínicas privadas querem oferecer vacina contra covid-19

  • Chancela será igual para governo
  • Junto com a imunização pública

PAULO SILVA PINTO – PODER 360
14.dez.2020 (segunda-feira) – 14h30
atualizado: 15.dez.2020 (terça-feira) – 13h49

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informou ao Poder360 que assim que um imunizante contra a covid-19 for autorizado para o sistema público, ele poderá também ser aplicado por hospitais e clínicas particulares. Isso deverá valer já no começo de 2021 –quase ao mesmo tempo em que a vacina começar a ser aplicada pelo serviço público de saúde nos Estados.

O presidente da ABCvac (Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas), Geraldo Barbosa, disse manhã da 2ª feira (14.dez.2020) que foi informado de que a permissão será simultânea para a rede particular e o setor público no fim da semana passada. Antes, a interpretação era de que essa autorização viria só mais tarde.

A associação não contestava a ideia de que o setor privado ficasse para depois. Ofereceu a estrutura das clínicas para treinamento de equipes de saúde pública e até mesmo como espaços para a aplicação das vacinas. A remuneração seria pelo custo. Não houve resposta do governo a essa proposta.

Barbosa afirma que a opção de iniciar a vacinação simultânea poderá ser vantajosa para o governo. As pessoas que se dispuserem a pagar pela vacina livrarão o governo do custo e contribuirão para acelerar a imunização. “São as que têm maior preocupação em voltar a trabalhar normalmente, portanto isso também ajudará na recuperação da economia”, disse Barbosa.

O presidente da ABCvac disse que as clínicas e hospitais só importarão vacinas quando tiverem permissão definitiva. Não podem contar apenas com uma interpretação das regras. “Precisaremos de uma resposta oficial, que ainda não existe”, afirmou Barbosa.

As clínicas privadas esperam dobrar o faturamento em 2021 na comparação com 2020 com a aplicação dos imunizantes para várias doenças, não só a covid-19

A ABCvac conversa com os 4 laboratórios que fornecerão imunizantes a governos: PfizerAstraZenecaJanssen e Sinovac. Na tarde de 2ª feira (14.dez) a associação foi informada por essas companhias de que no 1º trimestre os estoques serão direcionados para vacinação pública.

A associação também procurou laboratórios que não estão em negociação com governos, cujos nomes são mantidos em segredo. Desses, 2 estão na fase 2 de testes, e, 7, na fase 3 (última fase). Barbosa afirma que se esses fabricantes conseguirem autorização nas agências reguladoras de seus países, o processo no Brasil poderá ser acelerado. Além de Pfizer e AstraZeneca (que negociam com o governo federal), só Sputnik V e Moderna já divulgaram testes de eficácia. As demais, portanto, ainda que estejam na fase 3, a última, podem levar vários meses para concluir os testes.

Ainda não está claro quanto vai custar a dose de vacina na iniciativa privada. Hoje, há informações de compras governamentais com os seguintes custos:

  • AstraZeneca – de US$ 4 a US$ 30;
  • Pfizer e Moderna – de US$ 10 a US$ 50;
  • CoronaVac – de US$ 10,30 a US$ 30;
  • Sputnik V – US$ 10;
  • Janssen – US$ 10;
  • Novavax – US$ 16.

As clínicas de vacinação faturam R$ 1 bilhão por ano no Brasil. Em 2021, Barbosa espera o dobro disso. E não só pela covid-19. “O debate sobre vacinas ampliou o interesse pela imunização.

Atualização: este texto foi alterado em 13.dez.2020 para incluir a informação de que os 4 laboratórios que negociam com governos procuraram a ABCvac para informar que no 1º trimestre de 2021 os estoques serão direcionados à vacinação pública.

Poder360

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