Enquanto o pai, José Ribeiro Alves – o Zé Bananeira, lutava pela sobrevivência nas roças de Cacau, num trabalho, que ela considera análogo a escravidão; junto com sua mãe e seus 8 irmãos e irmãs; lavava roupa e secava nas pedras do Rio de Contas, em Ipiaú.
Hoje, Enedina do Amparo Alves é a Dra. Dina Alves e está radicada na capital paulista desde o começo dos anos 90. Graduada Direito em 2009, doutoranda em Ciências Sociais na área de Antropologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC (2015- 2019); Mestre em Ciências Sociais na área de Antropologia, com ênfase em gênero, raça, agência criminal negra e geografias carcerárias pela mesma universidade.
Sua área de atuação no Direito tem sido focada na defesa dos Direitos Humanos. Especialmente, a luta pela igualdade racial.
Dina Alves ainda é coordenadora-chefe do Departamento de Justiça e Segurança Pública do IBCCRIM, Instituto Brasileiro de Ciências Criminais.
“Fundado em 1992, após o Massacre do Carandiru, em São Paulo, o Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM) contribui para o desenvolvimento e a disseminação das Ciências Criminais por todo o país, promovendo diálogos entre academia, poder público e sociedade civil”, diz texto extraído do site da entidade.
Mas antes das cátedras acadêmicas, Dina lembra que estudou na Escola Job Lopes em Ipiaú. “Não haviam carteiras escolares, sentávamos em pneus de caminhão”, registra a advogada, sobre a escola pública que frequentou, situada na região da Rua da Granja, em Ipiaú.
Revela que trabalhou em “muitas casas da elite brancas”, como ela classifica os patrões que teve em Ipiaú. E assim chegou a Sampa, para também trabalhar domesticamente, como babá dos filhos das ‘elites brancas’.
Nada que pudesse impedi-la de tornar-se expoente prática e teórica da luta nacional do movimento negro, como você mesmo pode constatar. na entrevista que ela concedeu, ontem (26/11), a Gil Pereira e Nailton Borges no Programa Visão da Rede2D.
Assista:
Rede2D – Redação
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