Segundo consultor da Fecomércio, cenário de endividamento revela limitação do consumo, mesmo com reabertura do comércio
Em Salvador, 608,2 mil famílias na capital baiana têm algum tipo de dívida, 168 mil a mais do que no início da pandemia no mês de março. A informação é de um levantamento da Federação do Comércio (Fecomércio-BA), a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), referente a julho. A pesquisa mostra que o tipo de dívida mais frequente continua sendo o cartão de crédito com 92,7%.
O endividamento subiu para 65,6%, 1,5 ponto maior dos 64,1% do mês anterior.Já a inadimplência atingiu o maior patamar dos últimos setes anos, ao passar de 28,7% em junho para a taxa de 30,2%. Segundo o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze, são 280 mil famílias na capital que não consegue pagar as dívidas até o vencimento).
O economista ressalta ainda que o percentual daqueles que já dizem que não terão condições de pagar a dívida em atraso subiu para 13,6%, maior percentual apurado desde junho de 2012. Atualmente, são 126 mil famílias nessa situação mais crítica.
Neste cenário, o consultor avalia que, mesmo havendo uma reabertura gradual do comércio e shoppings centers, o cenário ainda é de muita limitação de consumo por parte das famílias. “Se não fossem os R$ 600,00 de auxílio emergencial, a situação, certamente, estaria pior. Pode haver um aumento do movimento no comércio, sobretudo, o popular, por alguns motivos: demanda reprimida, utilização do auxílio emergencial e com a falta de emprego, muitos estão comprando produtos para tentar fazer algum negócio e sobreviver à crise”, conclui.
Para Guilherme Dietze, outro dado que preocupa na pesquisa é o percentual da renda comprometida com a dívida (38,1%). É considerado como saudável o percentual próximo a 30%. “Mesmo com uma melhora gradual no mercado de trabalho, as famílias ainda estarão com a corda no pescoço, tendo que renegociar débitos anteriores, para abrir a sua capacidade de consumo no futuro”.
Bahia.Ba