50 anos depois de deixar o distrito de Algodão, no município de Ibirataia, onde nasceu, Alípio Alves Oliveira Júnior, publica e oficialmente, anunciou que é pré-candidato à prefeito da cidade que se radicou, em 1970. Justifica a decisão: “Falta uma liderança, falta comprometimento e, principalmente, falta competência para administrar a cidade. Então, eu resolvi contribuir e colocar o meu nome para que as pessoas apostem que se pode fazer diferente em Ipiaú”, assegura o empresário nascido em 16 de junho do ano de 1964.
Será a primeira peleja eleitoral de Alípio, que aterrissou em Ipiaú trazido pelo pai – de quem herdou o nome -, e a mãe Nilzoleta Leal Oliveira. Ele tem três irmãos: Célio, Vana e Estermira. “Nós fomos muito bem acolhidos pela população, eu tenho uma profunda admiração pela cidade e uma enorme gratidão por Ipiaú”, agradece.
Diz-se firme no seu propósito: “Estou decidido a não apoiar nenhum dos outros candidatos que estão, há 20 anos, polarizando e fazendo gestões muito parecidas. O modo de operar destes dois grupos é o mesmo, só mudam os personagens. Nossa candidatura é firme e estou querendo acabar com essa polarização que não trouxe nada por Ipiaú”, compromete-se.
O pai de Tiago (33 anos, fruto de seu primeiro casamento) e Maria Liz, 5 anos, que surgiu da sua união com Danielle Fagundes, sua atual esposa, condena o lugar comum do que chama prefeito oficie boy. “Pegam dinheiro e ficam administrando contas”, tipifica o industrial e varejista Alípio Júnior.
O empresário não consegue entender a incapacidade de gestores dos municípios de tocarem obras com recursos próprios e lamenta o elevado grau de dependência dos governos federal e estadual. “Antigamente, diziam que prefeito só fazia calçamento e praças com recursos próprios. Hoje, nem isso fazem”, pontua Alípio.
Na visão de Alípio Alves Oliveira Júnior, que será pai de Alípio Alves Oliveira Neto em setembro deste ano, não é possível que uma cidade como Ipiaú não tenha 10% de sua arrecadação transformada em investimento.
O Covid-19 em Ipiaú
Alípio é duramente crítico com o modelo adotado pelas autoridades de saúde de Ipiaú, no combate ao Covid-19. Para ele, muito mal sucedidas.
“Uma gestão que não tem competência para proteger a população do mosquito da dengue, que é visível, não tem nenhuma competência para proteger a população de um vírus que é invisível”, sentencia.
Avalia que tudo foi executado ou não executado de forma equivocada. Entende que as portas do comércio foram, precipitadamente, fechadas, em 22 de março, quando ainda não se registravam casos de infecção pelo novo coronavírus em Ipiaú e para os chamados serviços essências não foram exigidas práticas de proteção e prevenção ao vírus, como as exigências de instalação de pé de dilúvio nas entradas dos estabelecimentos. “A prova que este fechamento não deu certo, é que os casos cresceram com o comércio fechado”, argumenta Alípio. “As ações de prevenção da Prefeitura de Ipiaú foram poucas e tardias”, prossegue.
Empreendedor e empreendedor esportivo
O time estava em terceiro na tabela, um ponto atrás da Unirb. Precisava vencer e o time de Alagoinhas não sair com 3 pontos, no seu confronto com o Cajazeiras. Aconteceu: venceu o Canaã em casa, como Unirb e Cajazeiras não saíram do empate, foi carimbado o passaporte para a final, nos últimos e tensos instantes da fase classificatória da segundona, do campeonato baiano de 2019.
Na decisão, depois de perder por 2 a 1 em casa, venceu o, até então, invicto Olímpia, em Salvador, num inapelável e fulminante 3 a 0. Era 26 de maio de 2019, o Doce Mel Esporte Clube voltou para Ipiaú com a taça de Campeão Baiano da Série B de 2019.
Ali, Alípio, que já havia inscrito e escrito seu nome como um dos bem mais sucedidos empresários da terra que vive há 50 anos, colocou sua digital nas quatro linhas. Como empreendedor esportivo, foi protagonista do mais importante feito da história do esporte em Ipiaú. A cidade tem um time na elite do futebol baiano.
Alípio iniciou sua carreira industrial em 1990, com a Polpa Doce Mel. “Em 2012, adquirimos a Polpa Eva e, ano passado, inauguramos o Mercado DFábrica”, descreve Alipinho. O Mercado DFábrica são unidades de varejo que revendem o mix de produtos de sua fábrica, predominantemente, além de mercadorias de outras marcas.
Agora, ele dá o pontapé inicial de uma empreitada política. Está pré-candidato a prefeito de Ipiaú pelas cores e legenda do MDB.
Sobre este tema, ao seu estilo – sereno, compassado, métrico e metódico -, ele respondeu aos questionamentos de Gil Pereira e Nailton Borges, nos domínios de sua residência, na primeira entrevista do Programa Visão, em que os nossos âncoras não estiveram nos estúdios e com os microfones da bancada da Rede2D. ASSISTA a íntegra.
Rede2D – Redação
Vicente Trípodi
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