A incógnita é como fica a situação dos deputados estaduais do PP e parte do PL e do Solidariedade diz o portal Politica Livre
Aliados do governador Jerônimo Rodrigues (PT) aguardam com boa dose de aflição a definição de critérios para a distribuição dos cargos municipais e regionais no interior da Bahia. Os deputados estaduais de partidos que aderiram à base após o início do governo estão preocupados em ficar de fora da “fatia do bolo”, deixando cabos eleitorais nos redutos, que esperam vaguinhas de trabalho na estrutura pública, a ver navios.
O Política Livre apurou que os critérios para o preenchimento desses espaços devem ser apresentados aos partidos e políticos aliados após o retorno de Jerônimo da China, na tão esperada reunião do conselho político. Mas o governador e o secretário de Relações Institucionais, Luiz Caetano (PT), têm procurado acalmar os ânimos da base, garantindo que, embora os parceiros de primeira hora tenham prioridade, não haverá desamparo total.
Os cargos regionais são aqueles que podem abranger mais de um município, como é o caso das Circunscrições Regionais de Trânsito (Ciretrans), das funções comissionadas na área da saúde ou na Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), por exemplo. No governo de Rui Costa (PT), atual ministro da Casa Civil, esses espaços eram preenchidos de acordo com a votação proporcional dos partidos da base.
Já os cargos municipais são principalmente aqueles relacionados à educação pública estadual, incluindo os diretores de escola, e de outros órgãos, como a Embasa. O critério anterior tinha como base a votação dos deputados estaduais eleitos – ao mais bem colocado, o direito aos espaços mais cobiçados.
A incógnita é como fica a situação dos deputados estaduais do PP e parte do PL e do Solidariedade que aderiram ao governo, embora não tenham apoiado Jerônimo desde o começo do processo eleitoral. Segundo apurou o Política Livre, a princípio só devem ser contemplados com espaços os novos aliados que tiveram o apoio de prefeitos que votaram com o petista no pleito de 2022, o que se enquadra na maioria dos casos.
Em Jaguaquara, a prefeita Edione (PP) apoiou a candidatura vitoriosa do deputado estadual Hassan de Zé de Cocá (PP). Mas o pepista, assim como o padrinho político, o prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), esteve ao lado do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União) na disputa pelo Palácio de Ondina. Se for valer o critério anterior, Hassan, a princípio, não teria a prerrogativa de fazer escolhas, mas sim a prefeita e o deputado estadual eleito da base mais bem colocado, que, no caso, foi Alex da Piatã (PSD).
Em Cruz das Almas, o deputado estadual eleito mais bem votado foi Robinson Almeida (PT). Em segundo lugar ficou Niltinho, líder do PP na Assembleia, sigla que forma a terceira maior bancada da base governista na Casa. Se for mantido o critério anterior, o pepista não teria direito a indicar nomes para cargos municipais na localidade. Niltinho teve o apoio do prefeito Ednaldo Ribeiro (Republicanos), porém o gestor ficou ao lado do ex-ministro da Cidadania João Roma (PL), no primeiro turno, e com ACM Neto, no segundo.
Mesmo sendo o segundo deputado estadual eleito com a maior votação de Conceição do Coité, com mais de 10 mil votos, Luciano Araújo, presidente do Solidariedade na Bahia, é outro que pode ficar sem cargos no município. Isso porque o prefeito Marcelo Araújo (União) esteve ao lado de ACM Neto. O deputado já disse ao Política Livre que a condição para aderir à base de Jerônimo é o tratamento dado no interior.
“Esse critério anterior é justo, porque o governo deve priorizar os deputados estaduais que suaram a camisa para eleger Jerônimo nos município, bem como os prefeitos, que foram fundamentais nesse processo. Os colegas que ingressaram depois na base não podem ter o mesmo tratamento”, disse parlamentar que dá sustentação ao Executivo estadual na Assembleia.
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