Candidatos de Lula e Bolsonaro tem desempenhos vexatórios, apesar do Governo Rui Costa ser bem avaliado
NÚMERO DE IDENTIFICAÇÃO: BA-09067/2022 E BR-03976/2022 |
Facista, nazista e comunista. Direita x Esquerda. No grito odiento e raivoso que dominam os debates nas redes sociais a linha é conceitual e emblemática.
Pelas redes sociais, o Brasil está seccionado entre lulistas e bolsonaristas. Entre direitistas e esquerdistas. Entre grupos sectários e fundamentalistas, como xiitas e sunitas. Tudo há de convicção, nada há de razão.
Mas os números da mais recente pesquisa do Instituto Franças Pesquisas – IFP -, revela que a berraria não corresponde a maioria, pelo menos no caso da Bahia.
Os números dizem que uma maioria silenciosa tem uma posição racional e pragmática, não deixa seu voto ser orientado por partido ou ideologia.
Os baianos, pelos números da IFP, coroam o governo Rui Costa (PT) com uma boa aprovação, de 54,7%,
mas impõem números vexatórios ao candidato inventado de última hora, Jerônimo Rodrigues (PT), que pontua apenas 18,33%.
Por outro lado, o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil) segue isolado na dianteira, com 54,85%.
Números bem próximos do desempenho do ex-presidente Lula, do mesmo PT de Jerônimo, que tem a preferência de 53,33%
dos eleitores baianos.
Embora o ACM Neto tenha pulado pra cima do muro e diz-se a margem da briga presidencial pelo voto, o seu timbre é de direita moderada, jamais esteve a esquerda. E Lula é, historicamente, é o principal líder da esquerda no país há, pelo menos, três décadas.
Neto e Lula são de origens e correntes ideológicas distintas e distantes. Mas os dois tem a preferência do eleitor, porque este tem sido indiferente a cor e partidária e a matiz ideológica. Vale o que os dois foram capazes de fazer enquanto gestores públicos.
Por ai também se explica a tragédia eleitoral anunciada chamada Jerônimo Rodrigues. A credencial principal dele é a de titular da pasta de educação do Governo da Bahia. Bahia, neste item, figura entre as piores do Brasil.
A corrente tipificada como extrema-direita, que polariza a disputa presidencial, através da tentativa de reeleição de Jair Bolsonaro (PL), na Bahia, corre bem por fora. Roma tem boca, mas sua candidatura não deve ir a lugar algum: consegue ser pior que Jerônimo Rodrigues.
O ex-ministro de Bolsonaro ainda tem muito pouco a contar sobre seu histórico de gestor público.
Confira os números.
Induzida governador
O Instituto França Pesquisa (IFP) ouviu 1.200 eleitores baianos
entre os dias 25 e 30 de agosto deste ano
. Quis saber deles, se as eleições fossem hoje, em quem votariam para presidente, governador e senador.
Ainda questionou aos baianos, distribuídos por 200 cidades, se aprovam os governos do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do governador Rui Costa (PT).
Na corrida pela cadeira do Palácio de Ondina, sede do Governo baiano, a coleta por telefone do IFP apurou uma folgada vantagem do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil).
No cenário estimulado, onde são apresentados o nome dos declarados pré-candidatos, Neto aparece com 54,85%
das intenções de voto. Em segundo, e distante, vem Jerônimo Rodrigues (PT), com 18,83%
.
Correm muito por fora e ainda mais distantes, João Roma (PL), com 5,98%.
Giovani Damico (PCM) aparece com 5,98%. Marcelo Millet (PCO) tem 0,76% Kleber Rosa do PSOL, com 0,14%.
Disseram que não votarão em nenhum deles, em branco ou nulo 7,01%
dos eleitores. Por outro lado, ainda estão indecisos 11,49%
dos entrevistados pela IFP.
Espontânea governador
Quando se parte para a coleta espontânea, onde não é apresentado um cenário e apenas pergunta em que ele vai votar, o cenário é, numericamente, mais modesto. ACM Neto aparece com 37,79%.
Jerônimo Rodrigues com apenas 14,76%.
João Roma, por sua vez, com 5,58%. Giovani Damico com 0,34%
e Kleber Rosa 0,10%.
Disseram não votaram em nenhum deles, em branco ou nulo 6,08%
dos eleitores. Por outro lado, ainda estão indecisos 35,35%
dos entrevistados pela IFP.
Senado
O cenário induzido, na disputa pela vaga de Senador da República, indica a recondução de Otto Alencar (PSD)
para mais oito anos de mandato. A Pesquisa IFP apurou que ele está folgado na dianteira com 27,03%
de preferência dos eleitores baianos.
A médica Raíssa Soares (PL) puxa a rabeira com 8,56%. A médica bolsonarista Cacá Leõa (PP)
pontuou 8,25%.
Tâmara Azevedo (PSOL)
foi citada por 2,41%
dos entrevistados pela IFP. Marcelo Barreto ficou com 1,96% e Cícero Araújo com 1,26%
Para o Senado, 21,84% dizem que não votarão em nenhum dos candidatos
apresentados neste cenário induzido ou votaram em branco ou nulo. 28,69%
disseram não ter
decidido seu voto.
Espontânea Senado
Também fica na frente Otto Alencar,
com 14,33%
. Caca Leão
tem 3,55%
e Raíssa Soares 2,39%
. A psolista Tâmara Azevedo
ficou com 0,16%.
Cicero Araújo marcou 0,07%.
Segundo o IFP, 6,14
% dizem que não votaram em nenhum dos candidatos
apresentados neste cenário induzido ou votaram em branco ou nulo. 69,19% disseram não ter decidido
seu voto.
Avaliação de Rui Costa e Bolsonaro
A IFP quis saber também destes 1.200 eleitores como avaliam as gestões do governador da Bahia, Rui Costa (PT); e do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).
As realidades são opostas. 28,27% dos baianos disseram que aprovam o Governo Bolsonaro.
mais que o dobro – 64,28% - desaprovam
. Não aprovam e nem desaprovam 5,12%. E 2,33% dos entrevistados não quiseram opinar.
Mas a maioria dos baianos disseram aprovar o Governo Rui Costa, 54,7%
. Não aprovam,
por outro lado, 33,87%.
Não aprovam e nem desaprovam 8,66%. E 2,77% dos entrevistados não quiseram opinar.
Presidente da República: induzida
Para a Presidência da República, 53,73%
do baianos querem o retorno do ex-presidente Lula (PT). Enquanto, 24,61%
desejam a permanência do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Correm por fora e distantes:
- Ciro Gomes:
7,61%
- Vera Lúcia:
0,52%
- Simone Tebet:
1,16%
- Sofia Manzano:
0,36%
- Pablo Marçal:
0,13%
- Vera Lúcia:
0,03%
- Eymael:
0,03%
- Felipe D’ Ávila:
0,06%
- Soraia Thronicke:
0,00
- Nenhum/Branco/Nulo:
7,26%
- NS/NR:
5,96%
A pesquisa IFP
Dirigida pelo engenheiro de produção e estatístico, William França, a Pesquisa IFP tem uma margem de erro de 3%
e um intervalo de confiança de 95%.
Os 1.200 baianos
que foram ouvidos foram a partir de um mapa amostral que seccionou o Estado em 27 regiões e 200 municípios
, atribuindo pesos conforme a densidade eleitoral de cada uma deles e dividindo o público por sexo, grau de escolaridade e renda familiar.
A coleta foi custeada pelo próprio Instituto França de Pesquisas, que atua no mercado desde 2016, mas o seu responsável tem 16 anos de experiência.