Em Jequié cresce e em Ipiaú cai o número de crimes violentos. Situação tem relação com o tráfico de drogas

“Em Jequié, estamos enfrentando um período crítico em virtude da disputa entre duas facções ”, explica o delegado regional Rodrigo Fernando, apresentando dados que mostram o recuo do crime na Bahia e na região

O delegado Rodrigo Fernando comanda a 9ª Coorpin, unidade regional da Polícia Civil da Bahia, responsável pelo combate ao crime em 24 municípios. 

Essa Redação teve acesso a dados levantados por ele com Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), que é a designação criada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP) para a categoria de crimes de homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte e roubo com resultado morte, esse último também conhecido como Latrocínio.

O levantamento faz um comparativo dos períodos de 1ºde janeiro a 24 de abril dos anos de 2021 e 2022. Ele mostra um recuo de 57 para 49 crimes.

Ele mostra que em nove dos 24 municípios não foram registrados crimes dentro do período. Os crimes aconteceram nas 15 cidades abaixo listadas:

Não foram registrados crimes em Aiquara, Barra do Rocha, Brejões, Cravolândia, Irajuba, Itiruçu, Lafaiete Coutinho, Lagedo do Tabocal e Maracas.

Jequié x Ipiaú
Como ilustração e análise, essa Redação questionou ao delegado as realidades distintas de Jequié e Ipiaú, onde o crime cresceu em uma e despencou em outra.

O delegado explicou que há uma relação com o tráfico de droga e detalhou sobre Jequié: "Estamos enfrentando um período crítico em virtude da disputa entre duas facções criminosas pelo comando da região. A Polícia Civil deu cumprimento a dois mandados de prisão, de líderes integrantes das facções criminosas, um cumprido no Estado de SP e outro no MT, mais precisamente na Cidade de Cuiabá, além de várias ações realizadas em Jequié no intuito de combater o tráfico de drogas".

Em Ipiaú, por outro lado, ele diz: "registramos uma diminuição muito em fruto de diversas ações realizadas pela Polícia Civil em conjunto com a PM. Inclusive no ano passado foi eclodida uma operação que cumpriu a prisão dos principais líderes de droga de Ipiaú, o que acabou refletindo no números positivos"

Os números na Bahia
O delegado também trouxe dados gerais da Bahia, coletados pela Coordenação de Estatística Policial (CDEP), da Polícia Civil da Bahia.

Estes dados também fazem um comparativo dos períodos de 1ºde janeiro a 24 de abril dos anos de 2021 e 2022. Ele mostra um recuo de De 1836  para 1623 nos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI).

Rodrigo Fernando credita a melhora dos números a situações como conquistas de novas viaturas e armamentos. "Também Percebemos um trabalho mais integrado entre as instituições, o que ajudou a desenvolver várias operações de combate à criminalidade", ilustra

No âmbito específico da Polícia Civil, ele cita a chegada da delegada geral, Heloísa Brito. "Significou um mudança na instituição, não só na melhoria da estrutura mais principalmente na renovação de ânimo do efetivo, que passou a desenvolver suas atribuições com mais afinco", exalta Rodrigo Fernando.

Rodrigo também exalta o papel da coordenadora do Depin (Departamento de Polícia do Interior) a delegada Rogéria Araújo. "Ela assumiu juntamente com a Delegada Geral e possibilitou a renovação que a Polícia Civil precisava para desenvolver seus trabalhos", pontua.

Reconhece, porém, o delegado regional, como maior problema a questão do efetivo policial, que é muito reduzido e dificulta as ações. "Todavia, já estamos com edital publicado e aguardamos que com as novas contratações a Polícia Civil possa contribuir para uma redução ainda maior dos números na Segurança Pública da Bahia", relembra Rodrigo Fernando.

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