O Cevog, embora uma unidade da rede estadual, segundo a professora Rubia Cristina, foi o vice-prefeito Marcelo Pecorelli que baixou as portas, retirou os equipamentos e está a exigir as chaves da unidade escolar
Fim de linha para o Cevog de Jitaúna – Colégio Valmir Oliveira Gomes ou Colégio Estadual Jitaúna. Os estimados 500 alunos serão destinados ao Colégio Estadual Gilda Ramos dos Santos, em ato anunciado pela Secretaria de Estado de Educação da Bahia.
Mas não oficializado, vez que a extinção ainda não foi publicada no Diário Oficial do Estado, como diz a professora e ex-vereadora Rúbia Cristina. “É necessário frisar que o Estado trabalha com publicações. É através dessa publicação em Diário Oficial que a gestão irá organizar a parte administrativa e pedagógica, como a vida escolar de alunos, remoção de professores e funcionários e encerramento de prestação de contas. Terminada essa etapa, a escola será extinta através de publicação em Diário oficial e outro processo será iniciado como o tombamento de tudo que o Colégio possui”,
pondera Rubia.
“O Colégio Estadual de Jitaúna foi despejado de seu próprio espaço sem nenhum documento de autorização e sem prazo pra desocupação”,
ainda acusa a professora. Segundo ela, o ato foi comandando pelo vice-prefeito da cidade, Marcelo Pecorelli.
Professora por durante 29 anos da Rede Pública Estadual, ela exerceu dois mandatos consecutivos de vereadora pelo PT – 2012 a 2020. Ano passado, ingressou no PSD e tentou ser prefeita, mas foi derrotada pelo atual prefeito Patrick Lopes (PP).
Na bronca contra a forma como se consumou a desocupação da escola, Rubia foi às redes sociais bradar em protesto: “Hoje, dia primeiro de junho, o colégio foi ocupado com prepostos da Prefeitura Municipal, inclusive com a presença do vice prefeito, que em um ato de total ousadia, retirou todos os equipamentos da escola e exige que seja entregue a chave do imóvel hoje. É algo nunca visto em termos administrativos, mesmo sendo firmado o termo de concessão entre os dois entes, a diplomacia deve permitir que a transição ocorra. Mas o que se vê é uma arbitrariedade, o desejo de mostrar poder, sinônimo de qualquer atitude para se manter nele. De onde vem tamanha afronta? Do núcleo 22, que concedeu plenos poderes a prefeitura? Da secretaria de educação que cedeu o espaço e desativou a escola?”,
queixou-se a professora.
Segundo ela, a instituição estava em pleno funcionamento desde o início do ano letivo, ministrando aulas remotas a turmas lotadas e com todo o quadro de professores e funcionários completos.
Em sua narrativa, ela conta que o Colégio Estadual funciona há 23 anos. Sendo um Colégio do Ensino Médio e com o maior número de alunos matriculados do município.
“A organização das salas e séries são as seguintes: matutino, 03 salas de 1° ano, 03 salas de 2° ano, 03 salas de 3° ano e 01 sala de 3° ano especial ( alunos concluintes do ano letivo de 2020 prejudicados pela pandemia). No vespertino, temos 01 sala de 1° ano, 01 sala de 2° ano, 01 sala de 3° ano e 01 sala de 3° ano especial, totalizando mais de 500 alunos sendo atendidos pelo ensino médio. A nossa escola é a "queridinha da cidade", pois goza de uma localização desejada pelos pais”,
descreve a professora.
Rubia recorda que o Colégio Estadual Valmir Oliveira, como foi inicialmente chamado, surgiu em uma época em que não havia ensino público da modalidade fundamental na cidade, apenas um Colégio Privado.
“O Colégio Valmir Oliveira Gomes como era chamado, faz parte da história de nossa cidade, pois formou e forma cidadãos, colaborou para entrada de muitos alunos à universidade, foi destaque em muitos projetos do Estado e foi pioneiro em projetos com a partipação da comunidade”,
homenageia a professora.
Outro lado
Essa Redação entrou em contato com o vice-prefeito Marcelo Pecorelli, que chegou responder a mensagem via aplicativo whatsapp. Mas ele prometeu retorno, com esclarecimentos, e não cumpriu. Para isso, foi estabelecido o prazo até ontem às 18 horas. Prazo prorrogado até a manhã de hoje.
Nas redes sociais, o prefeito Patrick Lopes publicou imagens e um relato de seu encontro com o secretário de Estado da Educação, Jerônimo Rodrigues. O propósito do encontro, explica Patrick, “assinar o termo de concessão do prédio do Colégio Estadual Valmir Oliveira – CEVOG para o nosso município”.
“Em conversa com Secretário Estadual, garanti todo o suporte e apoio necessário para o Colégio Gilda Ramos, além de me comprometer em utilizar o antigo prédio do Colégio Estadual para fins que envolvam a própria educação na esfera municipal”, prometeu o prefeito.
Brigas e rusgas a parte, sobre o modus operandi como se baixaram as portas de uma unidade de ensino, PSD de Rúbia e PP de Patrick integram a base de sustentação ao Governo Rui Costa e ninguém contestou o fechamento da escola.
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