“O seu direito individual é superior à dor de pais e mães que estão perdendo seus filhos?”, questionou o governador, em fala para a TV Bahia
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), chorou na manhã desta segunda-feira (1º) enquanto concedia uma entrevista ao vivo ao Jornal da Manhã, da TV Bahia. A emoção dominou o chefe do Executivo em ao menos duas ocasiões durante a atração. Na primeira delas, o governador criticava aglomerações registradas no fim de semana em algumas cidades do interior do estado mesmo diante das medidas restritivas para conter o avanço do novo coronavírus.
“Enquanto alguns acharem que podem ir pros bares, encher a cara de cachaça, ir pra balada, ir pra festa, sem nenhum peso na consciência de quantas pessoas estão morrendo, nós não vamos vencer essa doença […] Nós temos que nos perguntar: quantas vidas humanas a minha bebedeira vale? Quantas vidas humanas eu vou ser responsável ao ir para um balada, uma festa em Teixeira [de Freitas], em Prado, em Eunápolis?”, iniciou Rui Costa.
“Quantas vidas humanas serão necessárias pra justificar o meu comportamento? ‘Ah, eu tenho direito individual de ficar bêbado, de encher os bares, de ir para paredão no meio da rua’. O seu direito individual é superior à dor de pais e mães que estão perdendo seus filhos”, questionou.
A emoção, de fato, foi muito grande hoje. Tenho fé em Deus e na ciência que superaremos esta fase crítica da pandemia. Vou lutar até o fim por isso. Agradeço a todos pelas manifestações de carinho e apoio. Juntos vamos vencer esta guerra. pic.twitter.com/fpWtCxMncb
— Rui Costa (@costa_rui) March 1, 2021
Em seguida, ao mencionar o caso de uma pai cuja filha adolescente morreu por complicações da Covid-19, o governador não conteve as lágrimas. “Acabei de ver um pai chorando, desesperado, perdeu a filha de 16 anos pra Covid. Então… é isso”, disse ele, interrompendo a própria fala.
Diante do monitor que mostrava o governador, o apresentador Ricardo Ishmael fez uma pausa na entrevista, dizendo compreender a sua reação. “A gente entende aí a emoção do governador Rui Costa, que é, de certo modo, a emoção de todos nós. Foram 320 vidas perdidas de sexta-feira até domingo. Eu entendo perfeitamente, o senhor é pai. Eu imagino que o pai e a mãe se colocar nesse momento se colocam nesse lugar de questionamento mesmo”, interveio o jornalista.
“Não é fácil, não. É duro você receber mensagens, as pessoas lhe perguntam assim: ‘E o meu negócio? E a minha loja?’ O que é mais importante? São 48 horas de uma loja funcionando ou vidas humanas? Desculpem…”, indagou Rui Costa, desta vez com a voz embargada.
Rede2D – Redação
Com Bahia e TV Bahia