Rodrigo Fernando, da 9º Coorpin, traz dados que mostram a queda dos números da criminalidade neste último trimestre, no âmbito dos 24 municípios de sua jurisdição, mas reflete que a situação preocupa, sobretudo em Jequié
O mês de abril nasceu violento e sangrento em Jequié.
No sábado 1º de abril, três pessoas assassinadas, conforme registros policiais. Durante a madrugada, no Alto da Bela Vista, bairro Jequiezinho, indivíduos armados deflagraram vários tiros contra Daniel Vitor Oliveira, de 19 anos, que não resistiu aos ferimentos e faleceu ainda no local.
A vítima, que estaria morando fora da cidade, retornou a Jequié depois de três anos e acabou assassinada.
No final da manhã, em uma área comercial da cidade, no interior de uma galeria na Rua Alves Pereira, no Centro, um jovem de pré-nome Taylan foi alvejado a tiros dentro do estabelecimento – uma loja de celulares –
Outro homem, um cliente da loja que estava no mesmo local, também foi baleado, quando dois indivíduos usando capacetes e com armas em punho chegaram ao local perseguindo a vítima, que tentava se livrar escondendo-se atrás do balcão, mas os atiradores se aproximaram e dispararam tiros.
Sobre o final de semana de luto em Jequié, alerta Rodrigo Fernando – delegado que comanda a 9ª Coordenadoria de Polícia Civil do Interior da Bahia (9ª Coorpin).
Rodrigo Fernando
O crime está se aproximação do cidadão de bem e se agente não rever o nosso ordenamento jurídico, não rever essas decisões que dificultam muito as investigações. Se a gente não tiver um investimento social, de educação e divisão de renda, a gente vai perder essa geração de cinco anos que está chegando agora para essa tráfico, porque cada dia mais eles estão poderosos, guarnecidos e, infelizmente, cheio de direito, porque essa é a interpretação, que o nosso ordenamento, que a nossa jurisprudência, e nossos tribunais vem dando dia a dia.
É que desta feita não foi apenas entre eles, explica o delegado. O alvo da guerra do tráfico foi o proprietário da loja de celular, mas também foi atingido um cliente, que perdeu a vida. "Podia ser qualquer um de nós",
adverte do delegado.
Prudencialmente e os números
Prudencialmente, o delegado pede mudanças e apela, sobretudo, para que se reveja o Código Processo Penal, que guia as etapas do processo do judicial, que acaba por dificultar as atividades de investigação da policia.
Mas ele apresenta dados que mostram a redução no número do CVLI: Crimes Violentos Letais e Intencionais.
CVLI é um indicador constituído pelos crimes de homicídio doloso, latrocínio, feminicídio, lesão corporal seguida de morte e outros crimes resultantes em mortes, excetuando-se os casos de morte por intervenção de agente do estado. Tal indicador é importante para dimensionar os casos de letalidade intencional.
Os dados de Rodrigo Fernando indicam uma queda de 21,05%: de 38 para 30 crimes, comparando-se os períodos de 1º de Janeiro a 27 de março, dos anos de 2022 e 2023.
Mas sobre Jequié, ele explica: “Fechamos este primeiro trimestre com 17% de redução, apesar de ter sido um mês de intenso conflito. 13 crimes de CVLI, todos com ligação com o tráfico de drogas. Passamos 40 dias sem homicídio e fechamos o primeiro semestre com 17%. – Transferências de integrantes de facções criminosas para outros presídios. 90% dos casos envolvimento do tráfico de drogas
“.
No geral, envolvendo as três unidades policiais da Polícia Civil na cidade – 1ª Delegacia Territorial, Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher – o número despencou de 23 para 15, neste comparativo com o primeiro trimestre do ano passado.
Acesse aqui a íntegra do relatório da 9ª Coorpin com todos os dados. E abaixo assista a entrevista do delegado Rodrigo Fernando ao Jequié Repórter. Ele começa a partir dos 30 minutos de programa.
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