O presidente Lula afirmou nesta terça-feira (13) que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra não vai mais precisar invadir propriedades durante o seu governo e que não será necessário “ter guerra”, porque, segundo ele, seu governo fará a reforma agrária.
A fala do mandatário acontece após uma série de invasões promovidas pelo MST, que chegou a ocupar uma área que pertence à Embrapa.
As invasões se tornaram uma fonte de desgaste para o governo nesses primeiros meses e deram mais força para a instalação de CPI criada na Câmara para investigar o movimento.
“Vamos fortalecer a pequena e média propriedade, vamos fortalecer o agronegócio, vamos continuar fazendo reforma agrária, porque aonde precisar assentar gente, vamos assentar. E é uma coisa importante”, afirmou o presidente, durante transmissão ao vivo nas redes sociais.
“Eu disse para o [ministro do Desenvolvimento Agrário] Paulo Teixeira esses dias: não precisa mais invadir terra. Se quem faz o levantamento da terra improdutiva é o Incra, o Incra comunica o governo quais são as terras improdutivas que estão em cada estado e a partir daí vamos discutir a ocupação dessa terra.”
“É simples. Não precisa ter barulho, não precisa ter guerra. Precisa ter é competência e capacidade de ocupação”, completou o presidente.
O mandatário também afirmou que não há problemas entre o seu governo e o agronegócio, do ponto de vista econômico.
“Eu nunca tive problema com o agronegócio. Eu governei por oito anos esse país. Eles sabem tudo o que fizemos por eles. No nosso tempo, uma dessas máquinas coletoras era financiada com 2% de juros ao ano, hoje eles estão pagando 14% a 18% de juros ao ano. Do ponto de vista econômico eles não têm problema conosco. O problema pode ser ideológico e, se for, paciência”, afirmou o presidente.
“Vamos anunciar o Plano Safra agora tanto para agricultura familiar quanto para o agronegócio, e eles vão perceber que, da parte do governo, não há nenhum objeção a eles. O que queremos é que todos produzam, cresçam e que o Brasil cresça junto”, completou.
Renato Machado/
Folhapress