“O Conselho de Ética da Câmara desmoraliza os deputados, os deputados praticam crimes dentro da Câmara”, diz a deputada federal, que acusa o deputado baiano de transfobia
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) afirmou, nesta sexta-feira (3), que resolveu denunciar seu colega de parlamento, Pastor Sargento Isidório (Avante), por transfobia, ao Ministério Público Federal (MPF), porque, segundo a parlamentar, o Conselho de ética da Câmara “só absolve”.
“O Conselho de Ética da Câmara desmoraliza os deputados, os deputados praticam crimes dentro da Câmara, nós vamos ao Conselho de Ética e o Conselho de Ética absolve os deputados depois. Então, os deputados são inocentados, como se aquilo ali não tivesse sido uma prática criminosa”, disse a deputada.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) vai investigar o suposto crime de violência política de gênero cometido pelo deputado federal Pastor Sargento Isidório contra a deputada. O caso está sob os cuidados da vice-procuradora-geral, Ana Borges Coêlho Santos, na 2ª Câmara Criminal da PGR.
Em 19 de setembro, durante sessão de uma comissão da Câmara que discutia um projeto que proíbe o casamento homoafetivo no Brasil, o Pastor Sargento Isidório disse que “homem nasce com binga” e “mulher nasce com tcheca”. Também referiu-se a Erika, uma mulher trans, como “meu amigo”.
“O parlamento é um espaço onde as divergências ideológicas fazem parte do processo do processo democrático. Agora, o crime, o ódio, a intolerância, o preconceito não podem ser confundidos com divergência ideológica”, explicou a parlamentar, ao salientar que “existe um limite da liberdade de expressão, e quando você ultrapassa esse limite e comete algum tipo de crime, você precisa responder criminalmente por isso”.
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