Wyllys comentou a decisão de Leite de manter as escolas cívico-militares gaúchas dizendo que “gays com homofobia internalizada em geral desenvolvem libido e fetiche em relação ao autoritarismo e aos uniformes”
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) anunciou em seu Twitter ter feito uma representação contra o ex-deputado Jean Wyllys. Leite comparou a fala de Wyllys a episódios anteriores, em que sofreu ataques homofóbicos de Roberto Jefferson (PTB) e “insinuações de mau-gosto” do então presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Agora, quando o Jean Wyllys dispara também ataques a uma decisão que tomei como governador, ele pode não concordar, ter outra visão, mas tentar associar essa decisão à minha orientação sexual e até a preferências sexuais, eu devo também entrar com uma representação contra ele. Aliás, fiz essa representação”, diz Leite, que também é presidente nacional do PSDB.
Jefferson foi condenado pela Justiça gaúcha a multa de R$ 300 mil por ofensas a Leite, a serem pagos a título de danos morais coletivos ao Fundo para Reconstituição dos Bens Lesados.
No final de semana passado, Wyllys comentou a decisão de Leite de manter as escolas cívico-militares gaúchas dizendo que “gays com homofobia internalizada em geral desenvolvem libido e fetiche em relação ao autoritarismo e aos uniformes”. Leite respondeu dizendo lamentar a ignorância de Wyllys.
O ex-deputado é filiado ao PT e almeja um cargo na Secom (Secretaria de Comunicação Social) do governo. O ministro Paulo Pimenta, todavia, disse ao Painel não saber datas ou detalhes sobre a nomeação, e não respondeu ao ser perguntado se ela seria 100% certa.
Leite mantém uma relação cordial com Lula desde a eleição. Ele recebeu Lula, Janja –que seria a madrinha de possível indicação de Wyllys para cargo na Secom– e Pimenta para um almoço no Palácio Piratini em 30 de junho ao lado do namorado, o médico Thalis Bolzan.
Caue Fonseca/Folhapress