Dona Trampi ganhou fama com seus comentários irreverentes sobre a política brasileira
De Sergipe,
Jozailto Lima
Portal JLPolítica
José Luiz da Mota Cruz, União Brasil, remou, remou e, finalmente, ancorou seu barco na Alese. Conquistou uma vaga de deputado estadual por Sergipe. Ele foi um dos 24 eleitos no último domingo, 2. Mas você já ouviu falar dele? Com certeza, com este nome não.
José Luiz da Mota Cruz é o Luizão Dona Trampi, como o próprio diz sempre, “o pé embaixo de Sergipe”. Uma figura. Esse itabaianense de 42 anos, dono de uma personalidade única, teve 18.291 votos neste pleito eleitoral e, a partir de fevereiro de 2023, promete deixar seu nome marcado na história da Assembleia Legislativa de Sergipe.
Luizão é um cidadão humilde, de coração bom, mecânico de motos, com oficina própria em Itabaiana, e se fez notável e zoadento nas redes sociais. Pode-se dizer que é um quase digital influencer – até a noite desta terça-feira, 4, seu perfil no Instagram contabilizava 133 mil seguidores.
Dona Trampi ganhou fama com seus comentários irreverentes sobre a política brasileira, pelo seu apelido – nome abrasileirado do ex-presidente americano Donald Trump –, sua idolatria ao presidente Jair Bolsonaro, PL, seu linguajar caricato e seu jeito bruto. Ou apenas cenicamente bruto.
“Somos deputado estadual e agora a responsabilidade é dobrada, porque fui escolhido para ser o representante não somente de 18.291 eleitores, mas de todos os sergipanos. Cumprirei fielmente o que prometi em campanha e pode ter certeza: vocês terão orgulho do nosso mandato”, disse Luizão após sua vitória nas urnas e falando sem lero-lero ou fuleiragem.
Luizão faz questão de frisar o tempo todo que sua campanha foi limpa, quiçá franciscana. “Não comprei voto de ninguém. Não dei um litro de gasolina para ninguém. Muita gente desacreditando no ‘Pé embaixo’, mas muita gente acreditando também”, dizia.
Financeiramente falando, de acordo com dados da Justiça Eleitoral, a campanha dele teve apenas a doação de Rodrigo Valadares, União Brasil – seu aliado político –, no valor de R$ 70 mil.
Esta é a segunda vez que Luizão se candidata em busca de um mandato. Em 2018, concorreu a deputado federal e obteve 35.732 votos. Mas, naquele momento, sua candidatura foi inviabilizada pela Justiça Eleitoral devido a uma condenação originária de acidente automobilístico ocorrido em 2010. E, mesmo que fosse contabilizada, ele não atingiria o coeficiente eleitoral.
Luizão, contudo, recuperou os seus direitos políticos agora em 2 de agosto e de posse de todas as certidões necessárias pode concorrer a uma eleição sem amarras jurídicas. E, óbvio, venceu. Ele assumirá o espaço bolsonarista na Assembleia Legislativa com a saída de Rodrigo Valadares, que foi eleito deputado federal. Certamente, vai causar.
“A nossa bandeira será Sergipe em verde e amarelo. Agora, temos mais um grande desafio: ajudar o nosso presidente Jair Bolsonaro a vencer o segundo turno com fé em Deus”, afirma.
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