O candidato do União Brasil ao governo da Bahia, ACM Neto, foi o segundo entrevistado da série de sabatinas da Rádio Metrópole
O candidato ao governo do estado pelo União Brasil, ACM Neto, foi o segundo entrevistado na série de sabatinas da Rádio Metropole. A entrevista foi marcada por ataques e respostas ao governador Rui Costa, posicionamentos contra a implementação de câmeras em fardas de policiais e ainda declarações sobre o “voto de confiança” dado por ele ao presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2018.
Confira os destaques:
Câmeras policiais
Durante a sabatina, o candidato foi questionado sobre seu posicionamento quanto à implementação de câmeras em fardas policiais. Em resposta, Neto reafirmou que, caso seja eleito, não adotará a medida, pelo menos em um primeiro momento. O candidato comparou ainda o valor de uma tornozeleira eletrônica – equipamento para monitorar presos em regime aberto e semiaberto – com o preço de uma câmera para farda policial e afirmou que são os criminosos que devem ser monitorados.
“Agora, se você colocar câmera no fardamento dos policiais, o que vai acontecer é que eles vão parar de agir. Eu quero registrar que isso pode ser uma senha para exageros, para arbitrariedades, para atirar de qualquer jeito, eu não defendo isso não. Eu não acho que tem que sair atirando e acabou, mas a polícia tem que ter condição de trabalho. O problema hoje não é a polícia não, o problema hoje é o bandido”, afirmou.
Relações políticas
Questionado sobre seu relacionamento com o partido MDB, o candidato do União Brasil afirmou que nunca negou ter dialogado com os emedebistas, que hoje apoiam o PT. Ele, no entanto, ressaltou que isso não apaga e nem desfaz a relação que teve com o partido durante anos.
“Hoje eu não considero nenhum deles meus inimigos, mas depois que eles decidiram ir para a base de Jerônimo, eu não tenho mais mantido contato. Eu não tenho contato nenhum com Geraldo desde o dia que ele foi anunciado como vice na chapa de Jerônimo”, contou.
Sobre João Roma, hoje candidato ao governo pelo PL, Neto relembrou que foi contrário à decisão que levou Roma ao ministério da Cidadania de Bolsonaro. De acordo com o ex-prefeito de Salvador, ele não queria que ficasse parecendo que Roma era uma indicação sua para o governo.
“Não porque eu não queria vê-lo crescer. Se eu não quisesse vê-lo crescer, eu não teria convidado ele para ser chefe do meu gabinete”, afirmou Neto, declarando que essa já é uma pauta vencida para ele.
Relação com Bolsonaro
Neto foi lembrado também sobre suas declarações no segundo turno das eleições presidenciais de 2018, quando o então prefeito de Salvador declarou que daria um voto de confiança a Jair Bolsonaro. Durante a sabatina, Neto afirmou que, se estivesse satisfeito com seu posicionamento naquele momento, hoje ele estaria apoiando o candidato à reeleição no pleito pela presidência.
Neto ainda lembrou que, durante o primeiro turno das eleições de 2018, ele declarou apoio e fez campanha para o então candidato Geraldo Alckmin, do PSDB. “Fiz aquilo com absoluta convicção, porque naquele momento eu não achava nem que Haddad nem Bolsonaro me representassem. No segundo turno, precisei fazer uma escolha. Escolher o candidato do PT, que havia levado o país a uma das piores recessões da sua história”, relembrou.
Críticas ao governador
A entrevista foi também marcada por críticas ao governador Rui Costa. O candidato do União Brasil atribuiu os ataques do petista contra ele “ao desespero” diante dos resultados da pesquisa. O ex-prefeito de Salvador acusou ainda Rui de estar “se profissionalizando na criação de fake news”.
Neto ainda respondeu às acusações feitas pelo petista sobre a prefeitura de Salvador ter negado, sob o comando de ACM Neto, terrenos oferecidos pelo governo do estado para construir creches municipais através do projeto Brasil Carinhoso, do governo de Dilma Rousseff.
“Eu acho que Rui tem um problema, ele queria muito ser prefeito de Salvador. Ele passou quase o período todo, os seis anos do meu mandato e dois anos com Bruno, com uma certa dor de cotovelo. Eu procedi diferente. Quando veio a pandemia, disse, olha vou esquecer ‘olha, vou esquecer que o governador é meio carrancudo, cara fechada, não dá muito papo e vou procurar ele’. E procurei o governador para construir pontes e, graças a Deus, fizemos um belo trabalho, fomos reconhecidos pelo Brasil inteiro”, disse ACM Neto.
Confira na íntegra a sabatina: