Uma servidora da Secretaria Municipal de Saúde foi agredida no último sábado (11), quando trabalhava no mutirão de vacinação contra a Covid-19. O caso aconteceu na Unidade Básica de Saúde (UBS) Manoel Vitorino, no bairro de Brotas, em Salvador. A enfermeira, que teria recebido tapas, beliscões e puxões de cabelo após afirmar que precisaria apurar irregularidades em um cartão de vacinação, revelou que está com medo de voltar a trabalhar.
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra Maira Porto gritando e pedindo socorro enquanto duas mulheres tentam chegar até ela e são impedidas por outras pessoas que estão na sala. Ao Metro1, a enfermeira contou que está com o pescoço torcido e “revive o tempo todo a agressão”.
Segundo Maira, o cartão de vacinação da criança constava com uma dose da Coronavac e um outro documento grampeado informando uma dose da Pfizer, mas sem assinatura e local de vacinação. A enfermeira, então, precisou buscar no sistema a confirmação da imunização.
“Expliquei para a mãe da criança que precisaria confirmar algumas informações do cartão de vacinação na base de dados do município. Informei que isso durava em média 15 minutos, mas ela já se mostrou agressiva, me chamou de incompetente, disse que não tinha tempo para esperar. A acompanhante depois se apresentou como médica e disse que eu tinha que desconsiderar uma das vacinas. Eu disse que não poderia fazer isso porque iria até de encontro ao que é orientado pelo Ministério da Saúde. Elas se alteraram, começaram a gritar. Pedi, então, para que elas me acompanhassem até a sala da gerente”, conta Maíra.
Segundo a enfermeira, após a gerente explicar a situação e pedir para tirar uma foto do cartão de vacinação, as mulheres voltaram a gritar e mostrar agressividade. “A mãe ficou violenta, partiu para cima de mim, arranhou meu pescoço, me deu tapa, puxou meu cabelo. Depois a acompanhante também pulou em cima de mim. Fui pega no susto, porque é um procedimento habitual. Não disse que ela não seria vcinada, pedi um momento para averiguar as informações. Os funcionários precisaram chegar para tirar elas de cima de mim”, relembra a enfermeira.
Maira conta que, após o episódio, está com medo de voltar a trabalhar na vacinação. Essa não é a primeira vez que ela é agredida em um posto durante as campanhar de imunização. De acordo com a servidora, a população tem se mostrado cada dia mais agressiva ao ir aos postos receber os imunizantes.
Em nota enviada ao Metro1, a Secretaria Municipal de Saúde lamentou profundamente as agressões verbais e físicas sofridas pela enfermeira. “Tal atitude é injustificada, sobretudo se tratando de profissional que se dedica a cuidar do próximo. Vale destacar que desacato a funcionário público no exercício da função ou em razão dela é crime previsto no artigo 331 do Código Penal, com detenção de seis meses a dois anos, ou multa”, informou a nota.
Enfermeira e as envolvidas foram conduzidas a uma delegacia e um boletim de ocorrência foi registrado na Central de Flagrantes, na Avenida ACM. Agora Maira se prepara para encontrar com um advogado e dar prosseguimento à ação.
Metro 1