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Segundo o Jornal A Tarde, o candomblé resiste ao nome de Márcio Marinho para vice de ACM Neto

Deputado federal do Republicanos é pastor da Igreja Universal e reside ai a resistência da religião afro

Segue indefinido o nome do vice-governador, na chapa do pré-candidato a governador ACM Neto (União Brasil), cobiçados por todos os partidos apoiadores do ex-prefeito de Salvador. Com destaque para o PDT e o Republicanos.

No Republicanos, um dos nomes é o do deputado federal e pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, Márcio Marinho. Mas este enfrenta uma resistência, que já tem história, como analisa matéria do Jornal A Tarde de hoje.

Leia:

ACM Neto vive seu segundo momento entre a cruz e a espada

Adeptos do Candomblé teriam se manifestado sobre a vaga de vice-governador na chapa de Neto

Acm Neto. Estreitos laços com o Candomblé
Acm Neto. Estreitos laços com o Candomblé – Foto: Reprodução | Facebook

Na Bahia ninguém pode descartar a relevância do sincretismo religioso. Aqui no estado as religiões de matriz africana possuem lugar de destaque, sobretudo na classe política, onde não é incomum candidatos e pré-candidatos consultarem seus Orixás sobre quais diretrizes devem ser tomadas.

Mesmo católicos fervorosos, considerando exatamente esse sincretismo religioso, não deixam de lado os tambores e o resultado dos búzios. Todos sabem que um dos pilares da Igreja Católica, bem assim das religiões evangélicas, é a honradez das palavras, vale dizer: o compromisso com a lealdade e com a palavra afiançada.

E o que ocorre quando uma pessoa está diante de um compromisso firmado ou aquela “orientação” dada por um Pai ou Mãe de Santo? ACM Neto já viveu isso em 2008, quando o ogã Antonio Luiz Figueiredo, então vice-presidente da Associação do terreiro Oyá Onipó, de Mãe Rosa, disse que não votaria no candidato porque na sua vice estaria o deputado federal Márcio Marinho. “Sou de Oxossi, por isso sou direto. Eu não voto em você porque sou do candomblé e seu vice é da Igreja Universal, que persegue a minha religião”, teria dito o ogã na época, conforme reportagem de A TARDE.

Conforme matéria publicada no site TODABAHIA, em abril desse ano, adeptos do Candomblé teriam se manifestado sobre a vaga de vice-governador na chapa de ACM Neto. Consta da notícia:

Em um vídeo que circula nas redes sociais e em grupos de WhatsApp, o Pai Ricardo de Oxóssi, de Vitória da Conquista, diz que esse seria o “mais audacioso passo” da Igreja Universal dentro do campo político na Bahia.

Ele diz que o nome de Marinho seria a primeira opção, mas caso as intenções fiquem mais evidentes, Marcelo Nilo seria colocado como a indicação do partido para a vaga na majoritária.

O pai de santo diz que esse seria um “passo audacioso dos conservadores para sufocar as liberdades religiosas”. Ele citou inclusive a tentativa de mudança de nome da Lagoa do Abaeté, em Salvador, para Unas Monte Santo Deus Proverá como um dos movimentos da chamada ‘bancada conservadora’.

Pré-candidato ao governo teria consultado os búzios
Recentemente, bem recentemente mesmo, ACM Neto, político católico mas que sempre deixou à mostra sua deferência ao Candomblé, teria se consultado sua Mãe de Santo, que para além de afirmar que não votaria na chapa eventualmente composta por Márcio Marinho, teria dito ainda que Neto não deveria escolher o bispo da Igreja Universal como companheiro de chapa sob pena de derrota, admitindo, no entanto, que diante do compromisso firmado pelo ex-prefeito com o Republicanos, a escolha de outro nome sem laços profundos com a IURD seria salutar para o momento Y vivenciado pelo pré-postulante ao Palácio de Ondina.

Partido ligado à IURD. Republicanos tem preferência por Bispo Márcio Marinho
Partido ligado à IURD. Republicanos tem preferência por Bispo Márcio Marinho|  Foto: Agência A TARDE

O deputado Márcio Marinho e a própria IURD, assim como todas as religiões evangélicas, católicas e as de matrizes africanas, gozam do respeito e admiração de todos os meios de comunicação nos quais se inclui A TARDE. Aqui na Bahia, reitere-se uma vez mais, impera o sincretismo religioso. Naquele já longíquo ano de 2008, ACM Neto optou pelo compromisso do fio do bigode e o resultado não foi vitorioso nas urnas.

Até as convenções, Neto, fervoroso defensor desse sincretismo, terá de, novamente, escolher entre a palavra outorgada com Marinho ou as perspectivas lançadas pelo jogar dos búzios. Um dilema de ter que decidir entre a cruz e a espada (de São Jorge). 

A Tarde Online
Publicado segunda-feira, 23 de maio de 2022 às 21:12 h | Atualizado em 23/05/2022, 21:12 | Autor: Da Redação

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