A vítima era conhecida por cobrar do executivo municipal atitudes mais transparentes quanto à Administração Pública, conta o MP. Seis pessoas foram presas.
A Operação “Êmulo” cumpriu na manhã de hoje, dia 4, seis mandados de prisão temporária, um deles contra um policial militar, e 14 de buscas e apreensão no Município de Acajutiba.
Os mandados foram expedidos pelo Tribunal de Justiça da Bahia. Foram apreendidos mais de R$60 mil em espécie, fardamentos completos pretos com a inscrição “PF”, pistolas, revólveres, carabinas, munições, coldres, carregadores, algemas, giroflex, coturnos e cintos de guarnição de Polícia Militar, um distintivo, capas de colete, placas balísticas, simulacros de pistola, facas, facões, espargidores de gás de pimenta, rádios comunicadores, placas de automóveis, bastões policiais, balaclavas, uniformes completos de empresas de segurança, além de aparelhos celulares, notebooks, pendrives e documentos.
Deflagrada pelo Ministério Público do Estado da Bahia, por meio da Procuradoria-Geral de Justiça e do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), a operação foi realizada em conjunto com a Força Tarefa de combate a crimes praticados por policiais civis e militares, das Corregedorias da Secretaria de Segurança Pública da Bahia e da Polícia Militar, além da Polícia Rodoviária Federal.
O objetivo da operação foi apurar os indícios do homicídio de André Santos de Souza, executado no dia 20 de junho de 2020.
O crime foi cometido por dois homens a bordo de uma motocicleta, na cidade de Acajutiba, onde a vítima era conhecida por cobrar do executivo municipal atitudes mais transparentes quanto à Administração Pública.
Segundo o Gaeco, a vítima já havia alertado que estava sofrendo ameaças de morte por funcionários de uma empresa de segurança que presta serviço à Prefeitura Municipal de Acajutiba, de propriedade de um policial militar.
Alguns dias antes de ser morto, André havia gravado um vídeo afirmando que “se algo lhe acontecesse, seria a mando do prefeito local”.
Com base nesses indícios, foram deferidos pela Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Bahia os pedidos de prisões temporárias de um policial militar e mais cinco envolvidos, além de buscas e apreensões em endereços residenciais e profissionais dos investigados, e na Prefeitura Municipal.
Gabriel Pinheiro (DRT-BA 2235)
Ascom - MPE