Segunda-feira, Novembro 25, 2024
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“Um governador, um ex-governador e um ex-presidente são os donos do destino político da Bahia?”, questiona Leonelli do PSB

Ex-deputado federal diz que "manobra" que tirou candidatura de Wagner foi "desrespeitosa" e "obra da cúpula das cúpulas".

Segue aumentando a fila de insatisfeitos com a desistência do senador Jaques Wagner (PT) de concorrer ao Governo da Bahia.

Agora, a voz que se levantou foi a do ex-deputado federal Domingos Leonelli, membro de proa do PSB baiano. Ele qualifica a decisão como “cavalo-de-pau num transatlântico” e diz ter sido uma ato isolado do PT, a revelia dos partidos que integram a coalizão que elegeu o próprio Wagner governador em 2006.

"Atribui-se a responsabilidade a Lula querendo trazer o PSD para sua aliança eleitoral já no primeiro turno. e ao desejo de Rui Costa de aproveitar os altos indices de aprovação governo para candidatar-se ao Senado", avalia Leonelli.

Em texto para as redes sociais, ele ainda questiona a legitimidade do ato: "a cúpula do PT tem o direito de tomar uma decisão dessa envergadura sem consultar nem as lideranças dos partidos aliados, nem a sociedade, nem os parlamentares e nem as bases do próprio PT ?".

A avaliação é que a decisão favorece o adversário ACM Neto e, duramente, questiona: "Um governador, um ex-governador e um ex-presidente são os donos do destino politico da Bahia ?".

Leia a íntegra do texto de Leonneli:

CAVALO-DE-PAU EM TRANSATLANTICO

Por enquanto quem está ganhando com a implosão da chapa  majoritária PT-PSD-PP que concorreria às próximas eleiçoes na Bahia, é o jovem candidato da Arena-PDS- PFL- DEM-União Brasil, ACM Neto.

A parte que tocava à esquerda  nessa chapa era a candidatura de Jaques Wagner ao Governo do Estado. O correto senador Oto Alencar seria candidato à reeleição. O PP continuaria como vice. Era um consenso aceito por todos os partidos que mesmo não participando da chapa majoritária ( PSB, PCdoB, Avante e outros ) sentiam-se nela representados .

Nessa operação o governador  Rui Costa continuaria à frente do Governo do Estado e seria ministro no futuro governo de Lula.

 Faria por Wagner o que Wagner fez por ele em 2014 .

 E não seria apenas por gratidão, mas , sim por necessidade política dada a força da candidatura de ACM Neto. 

Numa manobra da cúpula das cúpulas considerada pelo meu partido, o PSB,   como desrespeitosa aos partidos que construíram a primeira vitória de Wagner em 2006, essa chapa foi desmontada num passe de mágica.

Rui sai do governo para se candidatar ao Senado , Wagner desiste e  o senador Otto Alencar  seria o candidato ao Governo.

As possiveis razões desse cavalo-de-pau num transatlantico são puramente petistas e não levaram em conta as outras forças progressitas da Bahia. Atribui-se a responsabilidade a Lula querendo trazer o PSD para sua aliança eleitoral já no primeiro turno. e ao desejo de Rui Costa  de aproveitar os altos indices de aprovação governo para  candidatar-se ao Senado. E a Wagner a compreensão de que sua eleição seria muito dificil se Rui abandonasse o governo em abril.

O que é que veio antes ou depois : a candidatura de Rui ao senado,a manobra de Lula junto ao PSD, usando a Bahia como moeda troca ,  ou a chateação de Wagner ?

Sinceramente não importa  a ordem desses fatores. Permanece a indagação : a  cúpula do  PT tem o direito de tomar uma decisão dessa  envergadura sem consultar  nem as lideranças  dos partidos aliados, nem a sociedade, nem os parlamentares e nem  as bases do  próprio PT ?

Um governador, um ex-governador e um ex-presidente são os donos do destino politico da Bahia ? E pela eventual volta da direita ao Governo do Estado ?

Ressalte-se aqui o bom senso e a dignidade do senador Oto Alencar que, pelo menos incialmente, resistiu a essa manobra que o levaria a uma candidatura para a qual não se preparou nem desejava. E embora tenha sido todos esses anos um firme aliado da esquerda no Senado,deve saber que ao disputar o governo,  o primeiro argumento dos adversários será o de que a disputa se dará entre o velho “carlismo”  representado por ele e o novo carlismo representado por ACM Neto.

E de quebra esse comportamento da cúpula do PT  joga água no moinho dos que estão contra a formação da Federação que uniria as esquerdas, exatamente com o  argumento do hegemonismo do PT.

 Eu uso o argumento contrário : se já estivéssemos organizados numa Federação a cúpula do PT teria muito mais dificuldade para tomar  uma atitude tão desrespeitosa e autoritária.

Texto extraído da página do ex-deputado no Facebook. Acesse aqui:

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