O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado, 21, que o pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) protocolado no mesmo dia em que foram expedidos diversos mandados de buscas contra seus aliados, não foi motivado por um sentimento de “revanche”.
Durante visita à cidade de Eldorado, no interior de São Paulo, Bolsonaro se disse surpreso com a repercussão do pedido, já que o pedido foi embasado na Constituição Federal. Ele também garantiu que é possível que os Poderes convivam de forma pacífica, desde que saibam “respeitar” o outro.
“Engraçado, quando eu entro com uma ação no Senado, fundado no artigo 52 da Constituição, o mundo cai na minha cabeça. Quando uma pessoa em um inquérito no fim do mundo me bota lá ninguém fala nada. Não é revanche. Cada um tem que saber o seu lugar, a forma de viver em paz e harmonia, se cada um respeitar o próximo e souber que tem um limite, o limite é a nossa Constituição”, disse Bolsonaro.
Bolsonaro chegou à cidade de Vale do Ribeira nesta sexta-feira, 20, para visitar familiares. Junto com os filhos Eduardo, Carlos e Flávio, encontrou a mãe Olinda, de 94 anos, e posou para foto em família, compartilhada nas redes sociais. Já à noite, foi para Eldorado.
Antes de deixar a cidade, Bolsonaro evitou se prolongar sobre o impeachment contra o ministro do SFT e reforçou que a sua visita tinha um objetivo “pessoal” e não cumpria agenda política.
O Supremo se manifestou sobre a ofensiva contra Moraes e divulgou uma nota oficial em repúdio ao “ato” do presidente da República.
“O Supremo Tribunal Federal, neste momento em que as instituições brasileiras buscam meios para manter a higidez da democracia, repudia o ato do Excelentíssimo Senhor Presidente da República, de oferecer denúncia contra um de seus integrantes por conta de decisões em inquérito chancelado pelo Plenário da Corte”, diz o texto.
Bolsonaro já tinha feito ameaças do pedido de impedimento, mas até então não tinha cumprido. Na manhã desta sexta-feira, 20, a pedido de Moraes, a Polícia Federal cumpriu buscas na casa do cantor sertanejo Sérgio Reis, do deputado federal Otoni de Paula, e de outros nomes ligados ao Planalto e apontados como organizadores de atos antidemocráticos.
A Tarde Online