“O consumo médio diário de 80 mil metros cúbicos de oxigênio na rede hospitalar do Amazonas está coberto, com sobra aproximada de 8 mil metros cúbicos”, relata nota no MS
Manaus – A situação do abastecimento de oxigênio no Amazonas está equalizada. Desde o início do recrudescimento da curva de casos da Covid-19 no estado, o Ministério da Saúde tem apoiado as ações do estado e o atendimento à população. Entre as ações, estabeleceu-se um fluxo contínuo de chegada do gás por carretas vindas do Sul e Sudeste do Brasil, e também do Maranhão, além de entregas do gás por via aérea, com apoio do Ministério da Defesa.
Com as ações implementadas, o consumo médio diário de 80 mil metros cúbicos de oxigênio na rede hospitalar do Amazonas está coberto, com sobra aproximada de 8 mil metros cúbicos.
As ações executadas, sob coordenação do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, fazem parte de uma série de medidas para desafogar a rede hospitalar do estado. Com a estabilização do abastecimento de oxigênio, o Ministério da Saúde orienta esforços agora para ampliar a oferta de leitos e sanar as filas de espera. Nessa primeira fase, a previsão é de abertura de mais 150 leitos clínicos e 50 UTIs.
Paralelamente, a pasta trabalha em parceria com o Ministério da Defesa e o governo estadual para viabilizar a transferência de pacientes para tratamento em outros hospitais do país, com o intuito de desafogar a rede. Até agora, já foram feitas mais de 430 transferências.
Eles são acomodados em leitos de hospitais universitários, disponibilizados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) e pelos governos dos estados acolhedores.
TANQUES ISOTÉRMICOS
A chegada de oxigênio a Manaus se dá por todos os modais de transporte – pelo aéreo são entregues, diariamente, dois voos da Força Aérea Brasileira (FAB) carregados com o produto.
Na última segunda-feira (01/02), teve início uma operação para entregar, de avião, tanques isotérmicos com uma suplementação de oxigênio. Por via terrestre, é rotineira a chegada de carretas transportando tanques de oxigênio vindos da Venezuela, pela BR-174, e de outras regiões do Brasil, pela BR-319, contando com o auxílio de balsas para completar o trajeto.
Por via marítima/fluvial, operações como a que envolveu a Marinha, esta semana, levam o oxigênio de navio para portos mais próximos – neste caso, Belém (PA) – onde ele é envasado e embarcado em balsa para fazer o trajeto fluvial até Manaus. O carregamento de 90 mil metros cúbicos dessa operação está sendo aguardado para chegada na capital nos próximos dias.
Além dessas ações, o Ministério da Saúde e demais membros do comitê de crise elaboraram, em conjunto, um plano para a implantação de 62 usinas destinadas ao crescimento da rede de abastecimento no interior.
Dessas, 14 já estão em funcionamento e quatro estão em fase de implantação em Manaus e em outros municípios do Amazonas. O plano também contempla a ampliação de mini usinas de oxigênio para a capital e o interior, com o intuito de reduzir a dependência das unidades de saúde do abastecimento externo.
Outra medida importante é a substituição, já em andamento, da usina do Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), que gera 670 metros cúbicos por dia, por outra mais robusta, com capacidade para produzir 2,4 mil metros cúbicos por dia. Com a estabilização do oxigênio, será possível abrir novos leitos na unidade, para atender os pacientes de Covid-19.
A empresa que fornece oxigênio para o Amazonas, a White Martins, com apoio do Ministério da Saúde e do Centro Integrado de Comando e Controle, também trabalha a ampliação da planta de produção de oxigênio, o que vai permitir a produção de mais 6 mil metros cúbicos por dia.
Jacira Oliveira, especial para a Agência Saúde